"A grande maioria dos trabalhadores domésticos são mulheres, representando 80% de todos os trabalhadores do setor", indicou Isabel Ortiz, diretora do departamento de proteção social da OIT. O trabalho doméstico representa cerca de 7,5% do trabalho feminino no mundo e 1% do trabalho masculino, o que indica que uma em cada 13 trabalhadoras é uma empregada doméstica, contra um em cada 100 homens do setor.
"O trabalho é subestimado e não é protegido. E quando estes trabalhadores envelhecem ou ficam doentes são demitidos sem o apoio financeiro adequado. Este cenário pode e deve ser corrigido", disse Ortiz.
A OIT observa que é muito difícil controlar o trabalho doméstico porque costuma acontecer em casas particulares e, muitas vezes, por meio de pagamento líquido e sem contrato. "As maiores lacunas na cobertura social para os trabalhadores domésticos estão concentradas nos países em desenvolvimento", principalmente na Ásia e na América Latina, duas regiões que respondem por 68% dos trabalhadores domésticos em todo o mundo, ressalta a OIT.
O estudo mostra, no entanto, que o problema existe também nos países desenvolvidos. Em Itália, por exemplo, 60% dos trabalhadores domésticos não são declarados e não contribuem para a Segurança Social. Na Espanha e na França esta taxa é de 30%.
Em 2011, a OIT adotou uma convenção internacional sobre o trabalho doméstico, que entrou em vigor em setembro de 2013, que prevê um tempo de trabalho razoável, uma folga de pelo menos 24 horas seguidas, limitar os pagamentos líquidos e o respeito aos direitos trabalhistas, entre outras medidas.
Os trabalhadores domésticos representam 3,6% do emprego assalariado no mundo, uma taxa que pode chegar a 12% nos países em desenvolvimento. Além disso, a OIT indica que 11,5 milhões de todos os trabalhadores domésticos são migrantes.
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