A Caixa Geral de Depósitos (CGD) conclui na próxima semana o reembolso da totalidade da recapitalização pública em dinheiro feita em 2017, ao pagar um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros em 28 de agosto.
"Com o pagamento deste dividendo adicional de 300 milhões de euros é integralmente reembolsada a recapitalização pública em dinheiro realizada em 2017, no valor de 2.500 milhões, sucedendo ao reembolso de 100% dos 1.000 milhões de euros da componente de dívida privada, que ocorreu em 2023, na primeira data contratualmente prevista", indica hoje a CGD, em comunicado.
Este dividendo adicional acresce aos 525 milhões de euros já pagos em junho, pelo que são entregues na totalidade ao Estado 825 milhões de euros, "o maior pagamento de dividendos realizado pela Caixa ao seu acionista".
Além disso, a Caixa também já pagou 562 milhões de euros em sede de IRC, "perfazendo um total de 1.387 milhões de pagamentos ao Estado", indica.
O banco público justifica esta entrega extraordinária com a capacidade de "gerar resultados sólidos e de melhorar a sua rentabilidade de maneira consistente conforme atestado pelos resultados apresentados referentes ao primeiro semestre do exercício em curso e a não oposição por parte do Banco Central Europeu".
"Por referência aos rácios de solvência de junho de 2024, e considerando a distribuição referida, a Caixa apresentava um rácio de CET 1 de 20,36% e um rácio de capital total de 20,62%. Após esta distribuição, o rácio de MREL apurado a 30 de junho de 2024 foi de 27,07% do total de ativos ponderados pelo risco e de 10,01% da exposição total do rácio de alavancagem, excedendo os requisitos fixados", conclui o banco liderado por Paulo Macedo.
A recapitalização da CGD em 2017 implicou um plano de reestruturação, negociado com a Comissão Europeia, que passou por vendas de participações, fechos de agências e saídas de milhares de trabalhadores por acordo ou reforma.
A primeira fase do plano de recapitalização passou pela transferência, em janeiro, de ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros e da transformação em ações dos instrumentos de capital contingentes (os chamados CoCo's) subscritos pelo Estado em 2012 (incluindo juros corridos e não pagos) no valor de 945 milhões de euros.
A fase seguinte foi a injeção pelo Estado de 2.500 milhões de euros e a realização de emissões de dívida subordinada a investidores institucionais.
(Notícia atualizada às 18h52)
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