Isabel Camarinha falava no encerramento do plenário de sindicatos da CGTP, que decorreu hoje em Lisboa, para analisar a atual situação política, económica e social do país.
“Olhando para as notícias e as televisões, vemos o primeiro-ministro não só a fazer esta propaganda toda, mas também a acusar a CGTP de ser o tal fator de bloqueio, sentindo-se frustrado porque não assina acordos coletivos”, começou por dizer Camarinha perante uma plateia de dirigentes sindicais.
“Não sabe o primeiro-ministro que a CGTP, desde que existe, sempre assinou acordos coletivos, acordos de empresa, cadernos reivindicativos e acordos na concertação social”, acrescentou a líder da intersindical.
Isabel Camarinha defendeu que “a CGTP tem como primeira arma a negociação” e considerou que “as manobras de propaganda são, no fundo, para tentarem enfraquecer a CGTP e o movimento sindical”, avisando que isso não vai acontecer.
A CGTP “não baixa os braços, como nunca baixou” e está “disponível para negociar desde que seja para defender os direitos dos trabalhadores”, sublinhou.
“O que nós não fazemos é assinar acordos que retiram direitos aos trabalhadores e que não tragam melhorias”, disse, dando como exemplo as alterações laborais previstas na Agenda do Trabalho Digno, em discussão pública e cuja discussão no parlamento está prevista 07 de julho, no mesmo dia em que se realizará uma manifestação nacional da CGTP.
“A luta continua”, sublinhou a líder da CGTP, realçando que espera “uma grande manifestação nacional em Lisboa” no dia 07 de julho, pelo aumento dos salários e das pensões, numa altura em que o custo de vida aumenta devido à escalada da inflação.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que o posicionamento da CGTP-IN contra qualquer compromisso no âmbito da concertação social é uma das suas grandes frustrações políticas, considerando que essa atuação da central sindical tem “desequilibrado brutalmente” as relações laborais.
Esta posição crítica em relação à CGTP-IN foi transmitida por António Costa numa edição especial do programa “O princípio da incerteza”, integrado numa conferência promovida pela CNN Portugal na Culturgest, em Lisboa.
Na perspetiva do líder do executivo, em Portugal, do lado dos trabalhadores, “há um enorme desequilíbrio pelo facto de se descontar logo à partida que a CGTP-IN nunca assina um acordo coletivo”.
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