"Portugal tem uma comunidade inovadora e dinâmica que está a desenvolver um setor 'fintech'(tecnologia no setor financeiro) e nós queremos trabalhar lado a lado com essa comunidade", declarou à agência Lusa Charles Bowman, antes da partida.
Em Lisboa, Charles Bowman terá contactos com os ministérios das Finanças, da Economia e dos Negócios Estrangeiros. Apesar de não ter uma posição oficial dentro da estrutura do governo de Theresa May, o Lord Mayor é uma figura com prestígio e influência.
O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Susa, na sua visita a Londres em novembro de 2016 foi recebido e almoçou com o antecessor de Bowman, Andrew Parmley.
Charles Bowman vai também participar em dois eventos: um organizado pela sociedade multinacional de advogados DLA Piper e pela empresa de consultoria KPMG e um seminário intitulado "Transformação Digital e Inovação para a Banca e Seguros" no Centro Cultural de Belém.
Fruto da aposta no desenvolvimento de tecnologia aplicada aos serviços financeiros, a 'fintech' britânica está dois a três anos na vanguarda a nível internacional, considerou Bowman, sublinhando que a prova está na dimensão, já que Londres emprega 45.000 pessoas e 60.000 a nível nacional, contribuindo anualmente com cerca de sete mil milhões de libras (7,8 mil milhões de euros) para o Produto Interno Bruto (PIB) britânico.
Segundo Bowman, ao promover a colaboração com outras cidades, Londres está a criar um benefício comum e a abrir portas a um ecossistema com experiência, não só em termos de tecnologia e finança, mas também de regulamentação.
Enquanto Lord Mayor da 'City', Charles Bowman atua como um embaixador do bairro da capital britânica onde estão concentradas empresas e profissionais de serviços financeiros que empregam 400.000 pessoas em atividades como seguros, gestão de ativos ou intermediação.
A nível nacional, o setor dos serviços financeiros representa 2,2 milhões de postos de trabalho, 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e 72,1 mil milhões de libras (81 mil milhões de euros) anuais em impostos.
Na opinião deste Mayor, a saída do Reino Unido da União Europeia irá resultar em movimento de pessoas, seja para Frankfurt, Dublin, Paris, para a península ibérica ou mesmo para Nova Iorque ou Singapura, mas espera que não seja um volume significativo.
Bowman, que entrou há cerca de quatro meses para estas funções que só vai exercer um ano, passará um terço do mandato a viajar por 29 países, mas as únicas escalas na Europa serão Portugal e Espanha.
O objetivo será, como sempre, "promover a 'City' como uma jóia global enquanto centro financeiro", mostrando uma "confiança cautelosa" de que Londres vai continuar a ser um centro de serviços financeiros com dimensão mundial depois do 'Brexit'.
"Este é um ativo e uma jóia global e é do interesse comum encontrar caminhos, meios e pontos de acesso para que se encontrem entendimentos com vantagens para todos. É importante que nós, globalmente, tenhamos oportunidades e acordos que seja positivos para Europa, para o mundo e para a economia britânica", vincou, à Lusa.
Dentro e fora do país, Bowman é porta-voz das instituições financeiras preocupadas com o impacto do ?Brexit', pelo que defende uma estratégia de negociação dos três "T": Transição, Comércio [Trade] e Talento.
Depois de Lisboa, Charles Bowman, que é fluente em castelhano, visita Madrid durante terça e quarta-feira, onde, além de encontros com representantes do governo, participa num evento sobre 'Fintech' e sobre 'Mulheres na Área da Finança'.
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