“Os últimos dados dizem-nos que os preços baixaram 9,67% no mês passado. É uma medida que, felizmente, está a ter impacto”, disse António Costa, lembrando que na próxima semana se assinalam três meses da entrada em vigor da taxa de IVA zero para um cabaz de produtos alimentares considerados essenciais.
O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas depois de uma visita à Primohorta, uma organização de produtores agrícolas do Montijo, que se dedica principalmente à produção e comercialização de batata, cebola e cenoura, deixou ainda um agradecimento a todos os que contribuíram para a implementação desta medida.
“Queria agradecer a todos o esforço que têm estado a fazer para que este resultado seja possível. É um esforço muito grande para os contribuintes, porque os contribuintes abdicam de uma parte da sua receita seja destinada a esta redução do preço”, disse.
“Sabemos bem que entre o preço a que vendem e o preço a que nós, consumidores, compramos, há uma diferença bastante significativa. E não era possível esta redução do ritmo de crescimento da inflação nos produtos alimentares sem o vosso contributo”, sublinhou António Costa, depois de lembrar que a taxa de inflação era de 10,1% em outubro do ano passado, e que baixou para 3,4% no mês passado.
Dirigindo-se aos responsáveis da Primohorta, no Montijo, distrito de Setúbal, mas também a todos os agricultores do país, o primeiro-ministro deixou um apelo para que continuem a apostar no aumento da produção e na qualidade dos produtos agrícolas, para que Portugal possa reduzir as importações.
Na deslocação ao Montijo, o primeiro-ministro fez-se acompanhar pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que se referiu à organização de produtores da Primohorta como um exemplo para o setor.
“Nós estamos aqui para mostrar as boas práticas desta empresa, que eu não gosto de chamar empresa, gosto de chamar uma organização de produtores, porque é isso que é, e que tem a dimensão daquilo que nós aspiramos para a agricultura portuguesa”, disse Maria do Céu Antunes.
“Temos uma agricultura que se sabe que não é de grande proporção, não temos grandes extensões territoriais que permitam fazer uma agricultura de latifúndio. Antes pelo contrário, [é uma agricultura] de muitos minifúndios que se juntam, mas que só pode ser rentável verdadeiramente se se organizarem assim [como na Primohorta].
Maria do Céu Antunes disse ainda que o Governo continua a estar “ao lado dos agricultores” e lembrou as medidas extraordinárias aprovadas para o setor, para fazer face à pandemia de covid-19 e à guerra iniciada em fevereiro do ano passado com a invasão russa da Ucrânia.
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