"A decisão do Reino Unido é uma decisão que tem uma consequência muito relevante para o nosso turismo, em particular para as regiões que têm o Reino Unido como um mercado importante emissor", disse Rita Marques à agência Lusa, à margem de uma visita ao concelho de Trancoso, no distrito da Guarda.
Segundo a governante, "nem todas as regiões estão altamente dependentes do Reino Unido", como é o caso da região Centro, mas referiu que "na média nacional", o país depende "muitíssimo do Reino Unido".
Na quinta-feira, o Governo britânico decidiu retirar Portugal da lista de países considerados seguros no atual contexto de pandemia de covid-19, com exceção das regiões autónomas da Madeira e Açores, e a partir de sábado voltará a obrigar a uma quarentena de duas semanas quem regresse do território continental português.
Portugal tinha sido incluído na lista dos países do chamado corredor aéreo britânico há três semanas.
A secretária de Estado do Turismo disse que o Governo continuará a trabalhar para enfrentar a pandemia, considerando que todos os portugueses fizeram o seu melhor.
"Acho que devemos de estar orgulhosos deste esforço coletivo. Eu tenho testemunhado que temos vindo escrupulosamente a cumprir as regras, a utilizar as máscaras, a desinfeção das mãos, a etiqueta respiratória. E, portanto, acho que temos que nos orgulhar destes nossos comportamentos. Haverá o tempo em que nos entenderão", rematou Rita Marques.
O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, disse à Lusa que a saída de Portugal continental da lista de países seguros do Reino Unido "nunca é uma boa decisão" para o país.
O mercado do Reino Unido não é "um mercado decisivo" para a região Centro, mas "tem impactos indiretos, porque sempre que o Reino Unido faz notícia de que coloca Portugal" de fora do seu corredor turístico prioritário "os outros mercados reagem negativamente".
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.855 pessoas dos 62.813 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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