"Os benefícios da privatização são óbvios. Desde 2014 até agora tivemos um crescimento médio anual de 10%, 10,7%, quando comparamos com a década anterior, [que] era de 4,5%", referiu o presidente da Comissão Executiva da ANA, sublinhando que o resultado "é um benefício notável da privatização".

Em declarações à margem da segunda edição do Fórum de Reflexão “Um Mundo Mais Complexo”, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, que decorreu hoje em Lisboa, Thierry Ligonniére afirmou não poder concordar com as conclusões da auditoria do Tribunal de Contas à privatização da ANA – Aeroportos de Portugal.

"Obviamente não podemos concordar" e isso "está escrito nas nossas exposições [no contraditório do relatório de auditoria]", disse o presidente executivo (CEO), acrescentando que a "evolução da conectividade, a própria produtividade da ANA" ou os valores atingidos, "comprovam" que o negócio não foi lesivo.

No relatório de uma auditoria conhecido na semana passada, o Tribunal de Contas concluiu que a privatização da ANA, ocorrida em 2013, não salvaguardou o interesse público, por incumprimento dos seus objetivos, como o de minimizar a exposição do Estado aos riscos de execução.

Por outro lado, o Tribunal de Contas considerou que a oferta da Vinci à compra da ANA foi sobreavaliada, não havendo “evidência robusta” de ter apresentado a melhor proposta técnica, e que o Estado privilegiou o encaixe financeiro no curto prazo.