“Vai falhar no crescimento económico que a AD tinha colocado no seu programa eleitoral. Com as medidas frágeis, insuficientes, pouco ambiciosas que este Governo está a tomar, por muito que anuncie muitos planos, o crescimento económico não será aquele que a AD previu”, afirmou Rui Rocha, intervindo na abertura do Conselho Nacional da IL, que decorre hoje em Coimbra.

“Vai falhar aos portugueses aí, porque a descida do IRC [Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas] faseada, mitigada, insuficiente, não vai trazer o investimento estrangeiro de que nós precisamos, não vai trazer as empresas de que nós precisamos, não vai trazer a luta e a competição pelos salários de que o país precisa e que levaria, de facto, a que todos os portugueses vivessem melhor. Isso não vai acontecer e eu responsabilizo aqui a AD pela falta de ambição desse projeto”, argumentou Rui Rocha.

O deputado e dirigente dos liberais portugueses voltou a defender que o crescimento económico e a baixa de impostos estão ligados e acusou o Governo liderado por Luís Montenegro de já ter falhado aos portugueses maiores de 35 anos “que veem que não tiveram nenhum alívio fiscal visível nestas decisões”, nem veem horizonte para que ele possa acontecer.

Dirigindo-se ainda ao Governo, que entra no seu terceiro mês de vigência, Rui Rocha avisou que, depois das eleições europeias e de muitos anúncios de medidas, “agora é o tempo de governar”, exigindo medidas na saúde, onde, alegou “os problemas persistem, e não é com falta de coragem, não é com remendos, não é com planos de emergência” que as reformas se fazem.

E também na habitação, onde apesar de um conjunto de medidas que estimulam a procura, o líder da IL constatou que o problema existe “e não vai ficar resolvido, pelo contrário, vai ser agravado, se o Governo da AD persistir em não tomar medidas que estimulem a oferta”.

Na sua intervenção, e aludindo ao resultado das eleições europeias, onde a IL conseguiu eleger dois deputados ao Parlamento Europeu, Rui Rocha defendeu que o partido tem agora uma responsabilidade acrescida: “É fundamental que os portugueses votem em liberdade, mas que o façam, não só nas eleições europeias, mas também nas legislativas. E este resultado traz-nos a responsabilidade acrescida de lutar (…) para que, a nível das legislativas, seja finalmente introduzido um círculo de compensação, que permita que não haja portugueses com escolhas de primeira e de segunda”, enfatizou.

O presidente da Iniciativa Liberal frisou que no atual quadro político não há possibilidade de fazer grandes previsões sobre o futuro do país, recusando, desse modo, fazer futurologia, garantiu que a IL será sempre contra populismos e extremismos de esquerda ou de direita, e reiterou a luta do seu partido contra o socialismo.

E concluiu a sua intervenção com um desafio ao Governo: “Não é possível mudar estruturalmente o país, não é possível mudá-lo com impacto na habitação, com impacto na saúde, no crescimento e na fiscalidade, se não houver coragem de fazer uma verdadeira reforma administrativa do Estado. Cá estaremos para exigir ao Governo da AD essa reforma”, frisou.