Numa mensagem enviada aos trabalhadores da companhia aérea, a que a Lusa teve acesso, Neeleman despediu-se da TAP com a confiança de que foram alcançados “todos os objetivos estratégicos acordados com o Governo”, depois da privatização de uma parte da empresa.
“Sempre quis o melhor para a TAP. Foi assim em 2015, quando me candidatei à privatização e acreditei quando mais ninguém acreditava, e é assim hoje quando concretizo o acordo com o Estado português para deixar de ser acionista da TAP”, escreveu David Neeleman.
“Infelizmente, a pandemia covid, o seu impacto na indústria da aviação mundial e as decisões tomadas no contexto concreto da TAP, não me permitiram continuar. A TAP precisa muito de estabilidade acionista e por isso acordei sair”, explicou, garantindo que está “de novo, a fazer o que é melhor para a TAP”.
O empresário assegura aos trabalhadores, na mesma missiva, que a transportadora “é hoje uma empresa muito diferente do que era, fruto do trabalho de todos vós. Nos últimos quatro anos, a TAP transformou-se numa TAP mais robusta, com uma frota renovada, mais eficiente e ecológica, com mercados diversificados, mais internacional, mais sustentável e atrativa”.
O empresário acredita ainda que foram alcançados “todos os objetivos estratégicos acordados com o Governo”, dizendo-se “convicto de que os trabalhadores da TAP, que são o seu maior ativo, unidos no contexto da nova estrutura societária, saberão encontrar uma rota para a viabilidade e sucesso” da empresa.
“Quero agradecer ao Humberto [Pedrosa] por ter sido meu parceiro e desejo a ele e a todos os trabalhadores da TAP, muito foco e resiliência para voltarem a reerguer a TAP, o que acredito ser possível. Continuo a querer e a desejar, sempre, o melhor para a TAP”, garantiu Neeleman.
O empresário expressou também “gratidão a todos os trabalhadores da TAP”, pela forma como foi acolhido, “pela sua qualidade técnica, capacidade de execução e paixão”, segundo a mensagem.
“Tenho muito orgulho em ter feito parte desta equipa e deste projeto, em Portugal. Um país fantástico, que continuarei sempre a promover, do qual gosto muito, onde fiz muitos amigos e onde sempre voltarei”, rematou o empresário.
O Estado concretizou hoje a aquisição de participações sociais dos acionistas privados da TAP, que resultam no controlo público de 72,5% da companhia aérea, uma operação que resultou na saída de Neeleman do grupo, deixando de ser acionista e de ocupar cargos.
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