Vamos começar pelo próprio LinkedIn onde o CEO Jeff Weiner anunciou que iria sair de funções este ano, cedendo lugar a Ryan Roslansky que assume as funções a 1 de junho. Jeff Weiner liderou o LinkedIn durante 11 anos e, para já, fica como chairman. Mas há mais.
Ginni Rometty, CEO e presidente executiva da IBM desde 2012, também anunciou, no final de janeiro a sua saída. A gestora que estava há 40 anos anos na empresa (q-u-a-r-e-n-t-a) cede o lugar a Arvind Krishna que está na IBM há “apenas” 30 anos. Já não se fazem empresas assim.
Outra empresa com mudanças na liderança foi a Hulu, mas aqui é bem possível que a decisão não tenha sido bem do CEO Randy Freer, mas da Disney que é quem mais ordena e que procura unificar a gestão do negócio com os seus próprios quadros. A decisão, disse a Disney no comunicado que distribuiu, foi tomada com o objetivo de ajudar a “crescer rapidamente a presença fora dos Estados Unidos”.
Uma empresa e um negócio onde as mudanças seriam menos esperadas é a Uber Eats – mas também aconteceu. Jason Droege, o atual CEO sai e dá lugar a Pierre-Dimitri Gore-Coty, até aqui vice-presidente da Uber para os mercados fora da América do Norte. Jason Droege lançou a Uber Eats em dezembro de 2015, liderou-a até aqui e teve, claro, direito às palavras de gratidão do CEO da Uber, Dara Khosrowshahi: "A Uber Eats é uma grande parte do futuro da Uber e não acredito que nada disto tivesse sido possível sem o Jason”. “Isto” é um negócio em franco crescimento: 68% no último trimestre.
Na Mastercard também há mudanças, planeadas a um ano de distância: o CEO que há 10 anos lidera a empresa Ajay Banga, sairá no início de 2021 e será substituído pelo atual Chief Product Officer, Michael Miebach.
E, last but never the least: a própria Disney comunicou a saída do seu mítico CEO Bob Iger. O anúncio foi feito a 25 de fevereiro e Iger será substituído por Bob Chapek, prata da casa e até aqui presidente da área de negócio dos parques de diversão. Iger teve a palavra e não deixou de lembrar o que será o seu legado. "Com o bem sucedido lançamento dos negócios ‘direct-to-consumer’
e a integração da Twenty-First Century Fox bem orientada, acredito que é a altura ótima para a transição para um novo CEO”.
Quem é o homem descrito pela CNN como a segunda pessoa mais importante na história da Disney a seguir ao próprio Walt Disney?
Para já, é o homem que continuará como chairman até ao final do seu contrato com a Disney em dezembro de 2021 – faltam 22 meses. Iger é um dos dos CEOs mais respeitados da América e sucedeu a Michael Eisner em 2005, estando há 15 anos à frente dos destinos da empresa. Quinze anos em que mudou muita coisa. Por ele passaram uma série de decisões de peso, citemos algumas das inesquecíveis e que mudaram o mercado de entretenimento: a compra dos Marvel Studios, Pixar e Lucasfilm. Não é coisa pouca. Depois, veio a compra da 21st Century Fox e, a terminar em grande, o lançamento da Disney+, a plataforma de streaming que se propõe disputar com a Netflix a liderança do mercado onde todos vêem o futuro.
Olhando para trás, e 15 anos é muito tempo, quase parece que tudo o que foi feito era para terminar aqui, como num bom filme. Porque é que sai agora? É a pergunta que muitos fazem. Falou-se de algum problema de saúde e, mais intensamente, da vontade do gestor de entrar na corrida presidencial. Ambas parecem, todavia, sem fundamento à data do anúncio. É esperar para ver.
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