“É de salientar que Portugal nunca tinha conseguido alcançar condições financeiras tão favoráveis para uma emissão com uma maturidade tão longa, representando uma poupança significativa para o país e para os contribuintes”, pode ler-se num comunicado hoje divulgado pelo ministério liderado por João Leão.

As Finanças reagiam assim à operação sindicada de colocação de 3.000 milhões de euros em dívida com maturidade em abril de 2052, tendo a procura atingido mais de 13 vezes o montante colocado.

De acordo com o ministério, “a escolha do prazo teve por objetivo completar a curva de rendimentos das OT [Obrigações do Tesouro], abrindo um novo ‘benchmark’ a 30 anos (abril de 2052), de forma a reforçar a qualidade do acesso ao mercado”.

O objetivo foi também “atrair investidores ‘real money’, como seguradoras e fundos de pensões, habitualmente presentes na parte longa da curva, diversificando as fontes de financiamento e favorecendo também o ‘pricing’ da restante curva em termos globais”, de acordo com as Finanças.

O gabinete de João Leão realça ainda que “o diferencial de preço a pagar pela República, por prazos mais longos, comparativamente com prazos mais curtos, encontra-se em mínimos históricos”, e a emissão com maturidade mais longa permite “alongar a maturidade média da dívida, sem contribuir desfavoravelmente para o aumento de encargos”.

“A procura pelas OT hoje colocadas vem comprovar o trabalho e a política económica e financeira que Portugal tem conseguido executar no atual contexto”, defende o Ministério das Finanças.

O Governo assinalou que “considerando a política atual do Banco Central Europeu, o livro de ordens atingiu um montante de 40 mil milhões de euros, ou seja 13,3 vezes superior à oferta de 3 mil milhões de euros”.

Assim, “tendo por referência que as OT emitidas durante o ano de 2020 tiveram uma maturidade média aproximada de 10 anos, a emissão de hoje, com prazo 30 anos (abril de 2052) e um custo de 1,022%, contribui positivamente para um alongamento da maturidade média e para a diminuição do custo médio da dívida total”, de acordo com o Governo.

Os bancos mandatados para a colocação desta emissão sindicada foram o Crédit Agricole CIB, o Deutsche Bank, o Morgan Stanley, o JP Morgan, o Nomura e o Novo Banco, de acordo com a agência Bloomberg.

Em 13 de janeiro, Portugal colocou no mercado 1.250 milhões de euros, montante máximo indicativo, em Obrigações do Tesouro (OT) a cerca de 10 e 15 anos, a juros negativos no prazo mais curto.

Foi a primeira vez que foi emitida dívida com juros negativos a 10 anos, de acordo com o Ministério das Finanças.

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