“Se a economia evoluir como esperamos, a maioria dos participantes do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) acredita que provavelmente será apropriado começar a reduzir a taxa de juros ainda este ano”, disse num evento na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América (EUA).
Powell confirmou assim a posição expressa pela Reserva Federal norte-americana (Fed) nas últimas reuniões: o objetivo de reduzir a inflação para 2% está perto de ser alcançado, mas ainda não se atingiu a meta.
Os recentes dados económicos “não alteram o quadro geral”, que “continua a ser de crescimento sólido, um mercado de trabalho forte e uma inflação a cair para 2% numa trajetória por vezes acidentada”, elencou.
Em fevereiro, a inflação homóloga norte-americana subiu uma décima face a janeiro e fixou-se em 3,2%.
O presidente da Fed afastou-se, no entanto, dos discursos habituais para defender a independência do regulador e alegou que a Reserva “cumpre mandatos longos que não estão sincronizados com os ciclos eleitorais”.
Os cortes nas taxas – que desde julho do ano passado se situam num intervalo entre 5,25% a 5,5%, o nível mais alto desde 2001 – poderão ocorrer nos meses anteriores às eleições norte-americanas de 05 de novembro, o que alguns críticos consideram que poderia beneficiar o presidente e candidato democrata Joe Biden.
“O Congresso concedeu à Reserva Federal um grau substancial de independência na condução da nossa política monetária (…) e esta independência permite e exige que tomemos as nossas decisões sem considerar questões políticas de curto prazo”, defendeu.
Embora não o tenha mencionado no seu discurso, Powell defendeu-se assim das acusações do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021), que numa entrevista à Fox News há algumas semanas o acusou de ser “político” e de ajudar o Partido Democrata nas eleições de 2024.
O presidente da Fed foi nomeado por Donald Trump em 2017, que na entrevista confirmou que se vencer as eleições de 05 de novembro não o nomeará novamente.
Powell insistiu que na Fed “a independência é essencial” e que as suas análises “estão livres de qualquer preconceito pessoal ou político” e as decisões irão refletir “sempre a avaliação cuidadosa do que é melhor para a economia a médio e longo prazo e nada mais”.
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