“As exportações para países estrangeiros distantes (não incluindo as 11 repúblicas que antes integravam a URSS da Comunidade dos Estados Independentes, CEI) atingiram 61.000 milhões de metros cúbicos, menos 27,6% (ou 23.200 milhões de metros cúbicos) do que para o mesmo período em 2021”, disse o grupo no Telegram, sem dar qualquer explicação sobre as razões da queda.
A Gazprom diz que está a fornecer gás “de acordo com encomendas confirmadas”.
“As exportações de gás para a China através do gasoduto Power of Siberia estão a aumentar, como parte de um contrato a longo prazo entre a Gazprom e a China National Petroleum Corporation (CNPC)”, acrescentou o ‘gigante’ russo.
Esta queda nas entregas diz, portanto, respeito principalmente à União Europeia (UE).
Devido à ofensiva da Rússia na Ucrânia, a UE está a tentar reduzir a sua dependência do gás russo — que anteriormente representava 40% das suas importações anuais de gás — e encontrou outros fornecedores nos Estados Unidos para um terço das suas compras.
Além disso, alguns países recusaram-se a pagar as suas compras de gás russo em rublos, como foi recentemente exigido pelo Presidente russo, Vladimir Putin, como retaliação contra as sanções impostas a Moscovo.
No final de abril, a Gazprom anunciou que tinha suspendido todos os fornecimentos de gás à Bulgária e à Polónia.
A lista de clientes europeus que se recusam a pagar em rublos está a crescer, o que deverá reduzir ainda mais as exportações no futuro: em 21 de maio, as entregas na Finlândia foram interrompidas.
Na terça-feira, as entregas para a GasTerra holandesa foram afetadas, e hoje as entregas para o Ørsted da Dinamarca e Shell Energy Export.
No comunicado de imprensa, a Gazprom indicou também que as reservas de gás nas instalações de armazenamento subterrâneo europeias ascendiam a 20.400 milhões de metros cúbicos de gás.
Os fornecimentos de gás russo através da Ucrânia caíram após a entrada das forças russas nas instalações de gás na região oriental de Lugansk.
“Para cumprir o objetivo da UE de ter 90% das instalações de armazenamento cheias, as empresas terão de produzir mais 42.000 milhões de metros cúbicos de gás”, disse o grupo.
A União Europeia chegou a um acordo sobre um embargo petrolífero contra Moscovo na segunda-feira à noite, que deverá reduzir as suas importações de petróleo russo em cerca de 90% até ao final do ano para secar o financiamento da guerra de Moscovo na Ucrânia.
Mas a UE-27 está mais hesitante quanto a possíveis sanções contra o gás russo, do qual são ainda mais dependentes.
Comentários