O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, disse hoje aos jornalistas, cerca das 13:00, que no Hospital Santa Maria, em Lisboa, apenas 3 de 25 blocos operatórios estão a funcionar enquanto no São José só um dos seis blocos está ativo.
Nos hospitais do litoral alentejano, em Évora, Faro e Portalegre todos os blocos operatórios foram obrigados a fechar, referiu.
Nos cuidados de saúde primários, a adesão dos médicos no Alentejo está nos 85%, no Algarve está nos 80% e nos Açores e Madeira ronda os 78 a 85%.
O ministro da Saúde, contactado pela Lusa, afirmou que não tem ainda dados sobre a greve.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Mário Jorge, considerou que a adesão “mostra que a grande maioria dos médicos está descontente e apoia o sindicato nas suas reivindicações”.
Segundo adiantou, os médicos pedem “bom senso” ao Governo e alertam que, sem essa condição, “um processo conflitual se vai arrastar”.
Os médicos manifestam “disponibilidade total” para um acordo mas que “esteja sistematizado e quantificado” para não andarem a participar em “mascaradas negociais”.
Se se chegar "a um entendimento credível que dê resposta às questões prementes que continuam por resolver há mais de um ano", os médicos estão dispostos a desconvocar a paralisação nacional marcada para o próximo mês, mas só tendo "as coisas bem explícitas no papel sem qualquer subterfúgio de linguagem".
Roque da Cunha afirmou que os dois sindicatos já assinaram "35 acordos com governos das mais diferentes cores políticas", mas estão a ficar sem paciência para um ministério da Saúde "quedo e mudo" sobre as suas reivindicações.
Os médicos da região Sul e das Regiões Autónomas estão em greve desde as 00:00 de hoje, num dia de paralisação regional que já decorreu no Norte e que antecede um dia de greve nacional, prevista para 8 de novembro.
A greve de hoje foi convocada pelos dois sindicatos face à ausência de resposta do Governo às propostas, que se prendem com redução de horas extraordinárias anuais obrigatórias (matéria em que houve acordo), as chamadas horas de qualidade (durante a noite), redução do trabalho de urgência (de 18 para 12 horas semanais) e redução da lista de utentes por médico de família (dos atuais 1.900 para 1.500).
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