“2018 será um novo ano recorde para o mercado de investimento imobiliário comercial. Os níveis de liquidez irão manter-se, continuando a ser direcionados para ativos ‘prime’ [de elevada qualidade], e a tendência será para a estabilização dos valores das ‘prime yield’ [indicador de rentabilidade]”, afirma Pedro Valente, do departamento de ‘capital markets’ da Worx, citado num comunicado.
Segundo o responsável, “devido à escassez de produtos”, assiste-se a “um aumento da atividade do mercado de promoção, direcionada para projetos de escritórios e residencial”.
No seu estudo WMarket 018, hoje divulgado, a Worx aponta o “desempenho excecional” do mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal no primeiro semestre, com o segmento de retalho a registar o maior volume de investimento, num total aproximado de 800 milhões de euros.
“É de realçar o facto de que 75% do investimento imobiliário comercial nacional foi composto por operações acima dos 100 milhões de euros, estando na base deste resultado os investidores com perfil mais ‘core’”, sustenta.
Segundo a consultora, “o mercado imobiliário em Lisboa continua em ascensão, juntamente com Londres, Munique, Berlim, Frankfurt ou Paris”, sendo que “a ‘prime yield’ do mercado de escritórios de Lisboa situa-se nos 4,5%, seis pontos percentuais acima da média europeia, que se encontra nos 3,9%”.
Os dados da Worx apontam que foram fechadas até junho em Portugal várias “operações de peso nos segmentos de retalho e escritórios”, que contabilizaram 91% do total do volume de investimento e 71% do total de operações concluídas e assentaram “maioritariamente em transações de portfólios”.
No retalho, é referida a venda por 411 milhões de euros do portfólio da Blackstone composto pelo Sintra Retail Park, Fórum Sintra e Fórum Montijo e a alienação por 230 milhões de euros do Dolce Vita Tejo.
Já nos escritórios destacou-se a venda do Lagoas Park pela Teixeira Duarte ao fundo europeu Kildare, por 375 milhões de euros, e na hotelaria a alienação por 55 milhões de euros do Hotel Intercontinental Porto ao grupo asiático GCP Hospitality.
“A crescente exposição de Portugal a nível internacional, a manutenção de programas de incentivo ao investimento estrangeiro e o excelente desempenho dos setores turismo e residencial têm permitido a Portugal captar a atenção de um leque diversificado de investidores internacionais”, nota a consultora.
Segundo refere, durante o primeiro semestre do ano o mercado permaneceu “muito dominado” pelos fundos de investimento imobiliário internacionais e por capitais estrangeiros, que contabilizaram 98% do volume total de investimento transacionado.
Na Europa, o investimento imobiliário comercial registou um crescimento de 2% no primeiro semestre, totalizando 115,4 mil milhões de euros, traduzindo “o atual momento positivo do mercado de investimento imobiliário”.
De acordo com a Worx, este “momento positivo” refletiu-se “sobretudo no setor de escritórios, que aumentou 9%, atingindo uma quota de mercado de 44% no volume total de investimento, fruto do fecho de operações de grande dimensão (acima dos 100 milhões de euros)”.
“Já o segmento de retalho, ao contrário do mercado português, estabilizou, permanecendo nos 25,8 mil milhões de euros, enquanto o segmento industrial e logístico teve uma queda de 16%”, acrescenta.
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