No comunicado em que divulgam o protesto, o segundo deste ano agendado para a porta da sede distrital do PS/Porto, o grupo de “Lesados do Novo Banco [entidade que ficou com os ativos e passivos de qualidade do BES] — Lesados Papel Comercial e Emigrantes” lembra que o presidente do PS, Carlos César, garantiu em março de 2015 que se o partido fosse Governo, ia “ressarcir na integra os clientes lesados do BES”.
Os clientes alertam ainda que, em 2018, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “não honrou o que disse ao aprovar um fundo para indemnizar os lesados do BES” que, “vai apenas permitir indemnizar em 50% ou 75% os clientes roubados com informação falsa, que tinham os seus créditos garantidos com provisões”.
“Infringem-nos perdas além dos anos de privação forçada daquilo que nos foi extorquido e nos pertence, continuam a causar danos morais, mortes e penhoras sabendo que somos vítimas de burla e que o Novo Banco trabalha impunemente há quatro anos com a provisão que nos pertence”, alertam os lesados.
Para os clientes, “isto é inaceitável, inconcebível e não visto em mais nenhum país da União Europeia”.
“O que nos estão a fazer e absolutamente deplorável é inaceitável e uma vergonha, pelo que vamos encaminhar nova queixa para o Parlamento Europeu a apelar por justiça”, revelam.
A manifestação de hoje está marcada para as 11:00, nas “imediações da Federação Distrital do PS do Porto”, na Rua Santa Isabel, e deverá prolongar-se até às 17:00.
“O PS é Governo há dois anos e as nossas contas continuam sem poder ser movimentadas no Novo Banco, bloqueadas mesmo quando os nossos créditos eram garantidos, ou seja sem razão ética e jurídica”, escrevem os clientes no comunicado.
Os lesados anunciaram já a intenção de realizar um novo “protesto/manifestação nas imediações do balcão Novo Banco e do Banco de Portugal na Avenida dos Aliados, no Porto, no dia 23″.
No dia 24, a mesma iniciativa ocorre às 15:00 no Largo de Camões, em Lisboa.
“E outros se seguirão até que o Novo Banco nos devolva o que nos é devido”, asseguram.
O BES, tal como era conhecido, acabou em 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.
O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.
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