“Matosinhos está indissociavelmente ligado à presença do mar e das atividades que em torno dele criam valor, ou seja, tem um posicionamento que é histórico e intrínseco”, sustenta o Estudo de Reposicionamento Estratégico de Matosinhos na Economia do Mar hoje apresentado.
No entanto, “diversos elementos” justificam a necessidade de repensar esse posicionamento face às novas oportunidades que a Economia do Mar atualmente apresenta, embora reconhecendo as indefinições da aposta nacional, adianta.
O documento vinca que as políticas nacionais e europeias, focadas na valorização integrada do recurso mar, têm vindo a suscitar novas oportunidades e desafios, para as quais a tradição e a localização não são "ativos bastantes".
“Tem sido evidente que os municípios costeiros em Portugal e, em geral, as cidades europeias marítimas estão a reposicionar-se nesta matéria. Isso, por si só, bastaria para demonstrar que tradição e localização não são suficientes para responder ativamente a esse novo contexto”, sustenta.
Dada a “emergência” de dinâmicas e iniciativas, de natureza pública ou privada, o que se pretende é que o reposicionamento conduza a um plano consistente de intervenções, que maximize sinergias e complementaridades entre os seus diferentes eixos de atuação, refere o documento.
Assim, o plano traça como alguns objetivos a estruturação e melhoria dos níveis de governança do polo de atividade de investigação e de transferência de conhecimento e tecnologia, a valorização do porto de mar e o sistema logístico associado, a dinamização do setor das pescas e da indústria conserveira e a consolidação do destino de turismo e lazer.
Em termos de investigação e transferência de conhecimento e tecnologia um dos objetivos é atrair entidades relevantes em matéria de I&D para o concelho e afirmar Matosinhos como espaço de incidência e valorização dos sistemas robotizados para a exploração do mar profundo.
Em termos do porto de mar, um dos propósitos é promover a sustentação do negócio portuário tendo em conta a avaliação do potencial de crescimento da área de contentorização.
Valorizar o elevado nível de organização por parte dos produtores e criar condições que fomentem a capacidade de geração de novas vias de inovação e de valorização da cadeia de produção é um dos eixos traçados na secção das pescas.
Já em matéria de turismo, o estudo aponta como solução a capitalização das dinâmicas turísticas já existentes, retirando benefícios para a economia local em termos de rendimento, emprego e efeitos induzidos sobre outros setores.
Na sessão de abertura da conferência “Matosinhos, Mar de Oportunidades”, a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, garantiu que o mar “fará sempre parte” da estratégia para o futuro do concelho, no distrito do Porto.
“O mar continua a ser um ativo essencial da nossa identidade”, referiu, lembrando que à ligação à atividade de pesca tradicional e indústria conserveira juntam-se “novos desafios e oportunidades” em áreas como o turismo, o surf, a ciência e investigação, a saúde ou a gastronomia.
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