Esta quinta-feira, 9 de fevereiro, pelas 17h00, na Fundação Champalimaud, Ana Lourenço e Débora Silva premeiam os vencedores da edição de 2017 do “Prémio Cinco estrelas”, que identifica os produtos, serviços e marcas que estão no topo da preferência dos portugueses. Aos 97 vencedores da edição deste ano juntam-se 13 personalidades e 11 órgão de comunicação social. A aventura destas duas mulheres começou em 2014 e partiu de uma insatisfação.
“Nós queríamos trazer para o mercado uma certificação como nenhuma outra, que fosse uma referência para empresas e consumidores”, conta Ana Lourenço, recordando que a metodologia encontrada para avaliar as marcas a concurso é também fruto dos “porquês” com que chegou ao projeto, a convite de Débora Silva.
Mas, afinal, como são avaliadas as marcas? “Quando vamos ao supermercado, há um conjunto de variáveis que influenciam a decisão de comprar”, explica Débora Silva, enunciando as variáveis avaliadas no âmbito da metodologia do “Prémio Cinco Estrelas”, sendo elas, a da satisfação pela experimentação, a da relação qualidade preço, a probabilidade de comprar ou recomendar a compra a terceiros, a confiança na marca e a inovação do produto ou serviço. O objetivo de selo de qualidade é nomear as marcas que se distinguem nos vários parâmetros em análise. Esta distinção permite às marcas comunicar qualidade e ajudam os consumidores a fazer escolhas mais informadas.
No âmbito do Prémio Cinco Estrelas, as marcas que se candidatam passam por três fases, explica Débora Silva, adiantando que o tipo de testes realizados são adaptados ao produto e/ ou serviço que está a ser avaliado.
A primeira fase é de um comité de avaliação que avalia a candidatura em causa e os parâmetros específicos de análise futura. A seguir, passa-se aos testes de experimentação - que podem ser, por exemplo, provas cegas ou clientes mistério - e, por fim, um estudo de mercado massificado com uma amostra da população que tenha afinidade com o produto/serviço em causa.
Para os prémios de 2015 candidataram-se 132 marcas. Três anos depois, este número aumentou para 432. “Existem marcas que não atingem a classificação mínima de 7 em 10”, explica Débora Silva, dando conta do motivo pelo qual dos 432 candidatos apenas 97 serão premiados no próximo dia 9 de fevereiro. Nos prémios deste ano foram ainda distinguidas 13 personalidades e 11 órgãos de comunicação social (escolhidos por nomeação direta de consumidores), num total de 121 laureados, que poderá consultar aqui.
Afinal, o que ganham as marcas em candidatarem-se - pagando para tal - quando podem inclusivamente ser preteridas face a outras?
“O nosso objetivo [com o Prémio Cinco Estrelas] é continuar a ajudar os consumidores a fazer escolhas e as empresas a comunicar de forma diferenciada”, diz Débora Silva.
Insistimos na questão e a co-fundadora do selo explica: “as marcas pagam um valor pela candidatura que cobre os custos dos testes realizados e este valor é muito inferior ao que pagariam para fazer estes testes isoladamente. Quer ganhem ou não, as marcas recebem um relatório e com base nisso podem melhorar [os seus produtos ou serviços]”.
O Prémio Cinco Estrelas tem parceria com a IPSOS APEME, com a Multidados, o Fórum do Consumo e a APPM - Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing. É com base nestas parcerias que consegue oferecer um estudo extensivo do produto ou serviço. Para as marcas vencedoras há um extra: “Nós propomo-nos a organizar um plano de comunicação”, conta Silva.
E como surgiu este selo de qualidade? “Entre falar com a Débora e lançar o projeto foi um ano”, conta Ana Lourenço, adiantando que este começou a andar no fim de 2014.
O nome do selo surgiu quando a dupla foi consultar a Nielsen para aprovar a metodologia de avaliação. O consultor com quem falaram a certa altura disse: “vocês têm aqui uma metodologia cinco estrelas”, e assim foi. “Devo ter feito em 3 meses umas 200 reuniões para convencer as empresas a arriscar num projeto novo”, lembra a co-fundadora do Prémio Cinco Estrelas.
“Quando somos responsáveis por um projeto isso toma-nos o tempo todo. É um desafio conciliar isto com o tempo pessoal”, assume Ana Lourenço, salientando que a equipa faz questão de, ao longo de todo o ano, fazer um acompanhamento das marcas que se candidataram, o que pode passar pela partilha dos resultados dos testes, pela formação, até a eventuais visitas de clientes mistério.
Quando a questionamos sobre a mais-valia deste selo face aos que já existem no mercado - como a Escolha do Consumidor ou a Escolha de Confiança - Ana Lourenço reforça a metodologia única do Prémio Cinco Estrelas, além dos serviços paralelos prestados às marcas que se candidatam, como o plano de comunicação e a plataforma de venda cruzada - o Clube Cinco estrelas - que gerem.
Esta quinta-feira é de celebração, mas o trabalho continua para esta dupla de empreendedoras que esperam crescer em número de candidaturas e avaliações, respondendo às necessidades do mercado. O próximo passo é adaptar este Prémio Cinco Estrelas e a sua metodologia ao mercado regional. Ana Lourenço prometeu novidades para breve, mas não quis levantar muito o véu sobre o que vem por aí.
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