Na rede social Twitter, o primeiro-ministro já tinha considerado a descida do défice para 0,5% um “resultado histórico e virtuoso”, o que, na sua perspetiva, “não resulta do corte na despesa nem do aumento dos impostos”, mas de uma “política que devolveu confiança”.

Na intervenção que fez, horas mais tarde, na cerimónia de assinatura dos Pactos Setoriais para a Competitividade e Internacionalização, em Lisboa, o chefe do executivo voltou a defender esta ideia, sublinhando que “a confiança é mesmo o elemento-chave para o sucesso” que Portugal tem tido no défice e na redução da dívida.

“Aquilo que o resultado do INE registou relativamente à execução orçamental ou relativamente à execução da dívida é que melhora as condições para podermos encarar com confiança estes fatores de incerteza, que hoje temos mais margem para acomodar os fatores de incerteza, que hoje temos mais margem para reforçar o investimento público e hoje também temos melhores condições para valorizar essa marca Portugal”, defendeu.

Para António Costa, estes estes dados resultam, por um lado, de “haver confiança que justificou o crescimento do investimento, do emprego e sustenta o crescimento económico” e, por outro lado, “da recuperação de credibilidade internacional do país que nos permitiu uma poupança significativa dos custos da nossa dívida pública”.

Não há setor que não esteja vocacionado para a internacionalização nem setor “onde a inovação não seja a pedra motor do seu desenvolvimento”, lembrou o primeiro-ministro.

“E é por isso muito importante que continuemos com este foco que temos de manter relativamente aos ganhos de competitividade, da melhoria da produtividade das nossas empresas e do esforço da internacionalização”, sublinhou.

Esse esforço, na visão de António Costa, “é tanto maior quanto mais incerta é a conjuntura internacional”, lembrando que “as economias têm ciclos”.

“É nesses momentos de incerteza que mais necessário é o esforço das políticas públicas e a concertação entre as políticas públicas e o esforço das diferentes empresas”, defendeu.

O défice orçamental de 2018 ficou nos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 0,6% previstos pelo Governo, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Segundo a primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices Excessivos, remetida hoje pelo INE ao Eurostat, o défice das Administrações Públicas atingiu 912,8 milhões de euros, o que correspondeu a 0,5% do PIB, abaixo do saldo negativo de 3% registado em 2017.

"O défice das Administrações Públicas (AP) situou-se em 0,5% do PIB no ano acabado no 4.º trimestre de 2018, que compara com uma necessidade de financiamento de 0,2% do PIB no trimestre anterior. Este agravamento da necessidade de financiamento resultou da variação positiva de 2,4% na despesa total e de 1,7% na receita total das AP", explica o INE.

O valor anunciado pelo INE fica abaixo do previsto pelo Governo. Em 06 de fevereiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse no parlamento que o défice orçamental de 2018 ficaria próximo de 0,6% do PIB.

[Notícia atualizada às 19:01]

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