O sindicato, recordando as declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que “referiu que o aeroporto de Lisboa está saturado e muito em breve impossibilitado de aceitar mais aviões”, disse que “perante este facto incontestável, os pilotos da TAP não entendem como é possível a administração da empresa, sabendo desta situação e sofrendo diretamente as suas consequências como maior operadora” da infraestrutura “escolhe desfazer-se de aviões Airbus (com maior capacidade de passageiros, mais económicos e muito menos poluentes) e opta por aumentar a frota de aviões Embraer”.
No comunicado, o SPAC garantiu que “esta opção por aviões Embraer, consiste na utilização de aviões mais pequenos, obrigando a mais voos para transportar o mesmo número de passageiros”, sublinhando que “num aeroporto saturado, onde ainda por cima a TAP foi forçada a ceder 18 'slots'” esta “é uma opção claramente errada, que obriga a reduzir o número de lugares disponíveis e coloca em causa o Plano de Recuperação e o próprio futuro da empresa”.
Os pilotos, tal “como todos os contribuintes portugueses, gostariam de entender o motivo para esta incongruência entre as declarações do senhor ministro e a atuação da Administração da TAP, lembrando que estas e outras opções erradas de gestão (como é outro exemplo o caso dos aviões cargueiros parados por falta de homologação, que foi noticiado recentemente) lesam os cofres da TAP e do país em largos milhões de euros”, criticaram.
O SPAC realçou que “quando todas as companhias aéreas a operar na Europa escolhem aviões maiores e mais eficientes (Airbus ou Boeing), a TAP é a única que opta por reduzir a frota de Airbus e aumentar a frota de Embraer, recorrendo a aviões antigos, os poucos que estão disponíveis para o verão”.
Para o SPAC, “os aviões que agora reforçam a frota da TAP, através da PGA, são de uma geração anterior, claramente ultrapassados em termos de eficiência operacional, emissões poluentes e níveis de ruído”.
A estrutura sindical disse que “inicialmente foi alegado pela TAP que esta alteração na frota se justificava pelo número reduzido de passageiros causado pela pandemia”, mas que “no entanto, a própria administração da TAP admite que o nível operacional de 2019 está prestes a ser atingido, sendo por este motivo inconcebível manter uma estratégia operacional inadequada, preterindo aviões maiores e mais recentes face a aviões menores e mais antigos”.
Além disso, disseram, a companhia aérea “continua a reforçar a sua frota através de alugueres operacionais de aviões (operações ACMI), recorrendo pelo menos, e para já, a três outras companhias, para realizar voos para a TAP”.
“Obviamente que as três companhias têm diferentes níveis de serviço e de imagem dos seus aviões e tripulações, imediatamente percebidos pelos passageiros, surpreendidos por esta manta de retalhos no momento do embarque, nunca sendo certo que companhia vai efetivamente transportá-los, com a consequente destruição da imagem da TAP e a sua reputação”, garantiu o SPAC.
O sindicato disse que estes contratos recorrem a “pilotos dessas empresas, remunerados de acordo como os valores do mercado internacional, enquanto a TAP mantém o corte de 45% nos vencimentos dos pilotos da TAP e 25% nos pilotos da PGA, aumentando os custos e demonstrando que o Plano de Reestruturação não é adequado à sustentabilidade da empresa”.
O SPAC denunciou ainda que “continuam as violações aos Acordos de Empresa e interpretações abusivas de várias cláusulas, pela TAP, levando a planeamentos mensais contra o regulamentado, como única forma de manter a ilusão de ajuste do quadro de pilotos face às necessidades da empresa”, recordando também os profissionais “despedidos e posteriormente reintegrados pela TAP, por ordem do tribunal, que continuam a receber ordenado sem qualquer voo atribuído pela empresa, numa clara violação do direito ao trabalho”.
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