“Varia de empresa para empresa, mas verificamos, até agora, quebras de 30% a 40% nas exportações, sobretudo nos mercados que se destinam à hotelaria e restauração”, afirmou o presidente da ALIF, em declarações à Lusa.
Mercados como o Brasil ou Angola apresentaram decréscimos mais significativos de, respetivamente, 80% e 70%.
Ao nível do mercado interno, conforme notou Manuel Tarré, podem verificar-se, até ao final do ano, reduções na ordem dos 20%.
As exportações portuguesas de pescado congelado fixaram-se, no ano passado, em mais de 74 mil toneladas e 210 milhões de euros.
Aos retrocessos nas exportações e nas vendas no mercado nacional juntam-se dificuldades no abastecimento da matéria-prima, uma vez que a pandemia “afeta também as tripulações”, deixando os barcos parados.
Perante este impacto, as empresas do setor tiveram de fazer algumas mudanças no que concerne aos postos de trabalho, tornando-os “polivalentes”, ou seja, os trabalhadores passaram a desempenhar funções que, usualmente, não eram as suas, situação que deverá prolongar-se até ao final da pandemia.
No entanto, a ALIF não teve conhecimento, até ao momento, de empresas deste setor que tenham encerrado.
Manuel Tarré garantiu ainda que, apesar das quebras, algumas empresas têm mantido um certo dinamismo no que concerne aos investimentos, embora outras tenham visto os seus projetos “estagnados”, enquanto “aguardam por melhores dias”.
Já no que se refere às perspetivas para o próximo ano, o presidente da ALIF mostrou-se esperançoso quanto ao retomar da normalidade no segundo semestre de 2021, face aos avanços no que concerne à vacinação, embora ressalve que “certezas ninguém tem”.
Fundada em 1975, a ALIF representa as indústrias de congelação de pescado, hortícolas, alimentos pré-cozinhados congelados e entrepostos frigoríficos.
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