“António Costa, hoje, afirmou que os salários médios em Portugal deviam aumentar 20% durante esta legislatura. E nós não podíamos estar mais de acordo. O que estranhamos é que há uma semana tenha chumbado no orçamento do Estado qualquer proposta que permitisse qualquer atualização dos salários”, declarou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, durante o comício que o seu partido realizou esta tarde na Biblioteca Municipal de Santo Tirso.
Catarina Martins defende que a política seja “a sério”.
“Sim, Portugal tem de aumentar os salários, mas Portugal não aumentará os salários pelo primeiro-ministro que acha boa ideia que as empresas aumentem os salários, enquanto no Orçamento do Estado mantém os salários absolutamente congelados e recusa mesmo aumentos intermédios para o salário mínimo nacional. O que é preciso aqui hoje e todos os dias é que a política seja a sério”.
Para a coordenadora do BE, uma política de esquerda não é feita por umas afirmações de esquerda, é sim feita “em cada momento na decisão concreta da vida, argumenta, referindo que um Orçamento do Estado que decide que os salários vão perder poder de compra “não é de esquerda”.
“O primeiro-ministro bem pode vir dizer às empresas para aumentar os salários. O que conta é o que decide quando tem o poder na mão e o que conta será toda a luta que faremos para que o próximo Orçamento de Estado aumente mesmo os salários”, prometeu a líder bloquista.
Sobre a notícia de a Alemanha ir aumentar 22% o salário mínimo, a líder do BE disse não ter nada contra, o que lamenta é que essa política não seja seguida por António Costa.
“A Alemanha decidiu aumentar o salário mínimo nacional em 22%. Dizia-nos António Costa, no debate do Orçamento do Estado que atualizar salários não podia ser, porque ia aumentar a inflação. Parece que essa teoria económica que é válida para os salários sempre baixos portuguese, não é válida para os salários mais confortáveis na Alemanha. Não temos nada contra a subida de salário mínimo na Alemanha. Muito pelo contrário. É certo que o façam. O que está errado é que para Portugal ser bom aluno da Europa, o que vale é sempre a economia dos baixos salários”.
O que é errado é uma política do “faz de conta” em que se chumba no Orçamento do Estado as possibilidades de atualização dos salários, para vir uma semana depois dizer que “até era boa ideia se as empresas pensassem nisso”.
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