“Durante 2018 conhecemos o nosso maior volume em termos de negócios nas exportações desde que há registos em Portugal, e isto significa que o crescimento está sobretudo relacionado com o aumento de valor nos mercados em que acrescentamos posição. Há uma inversão da exportação do material em bruto para uma tendência para o material transformado”, afirmou à Lusa o líder da Associação Portuguesa dos Industriais dos Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra).
Por isso, os mercados mais representativos são agora diferentes. “Há quatro anos tínhamos a China como principal mercado”, pelo que “o setor exportava sobretudo bloco”. Agora, é França o principal mercado, com um crescimento superior a 5%, sendo que este país “consome sobretudo produto acabado”.
O setor perdeu vendas nos países produtores de petróleo, por outro lado, “sobretudo no setor dos mármores”, revelou Miguel Goulão.
O presidente da Assimagra mostrou-se cauteloso na análise da queda deste indicador naquela zona do mundo, incluindo na Arábia Saudita, “que caiu perto de 20%”.
“Os períodos de procura são muitas vezes cíclicos e julgo que não tem a ver com o preço do petróleo”, referiu o responsável.
Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a tendência também foi de queda. O mercado espanhol, por sua vez, que já ocupou a sétima posição no ‘ranking’ das exportações portuguesas, está agora em terceiro lugar, com destaque, segundo o presidente da associação, para a área dos granitos.
O setor já está a sofrer com o efeito do ‘Brexit’, tendo o mercado do Reino Unido caído “6,43%, ou seja, 1,5 milhões de euros”, avançou Miguel Goulão.
Mas as vendas para os países nórdicos, que até há pouco tempo tinham uma expressão reduzida no setor, registaram “um crescimento percentual elevado”, de acordo com o responsável.
As associadas da Assimagra estão, neste contexto, “a fornecer sobretudo obra à medida”, aumentando o valor acrescentado face à venda mais indiferenciada de blocos de pedra.
“Hoje o setor consegue estar nos principais projetos mundiais, disputá-los e vencê-los”, adiantou Miguel Goulão.
A Assimagra conta com 260 associados, na maioria PME (Pequenas e Médias Empresas), gerando a maior uma faturação de 21 milhões de euros.
O valor do setor em 2017 (últimos dados conhecidos) ascendia a 1,2 mil milhões de euros, de acordo com Miguel Goulão.
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