A Bloomberg precisa que o preço do açúcar branco subiu hoje 4,3% no mercado de futuros de Londres, atingindo o valor mais alto desde 2011 e refere que o preço deste bem alimentar, utilizado em tudo, desde refrigerantes até ao chocolate, disparou devido às perspetivas de uma limitação das exportações de açúcar da Índia, principal exportador, e de outros países, incluindo o Paquistão e a Tailândia.
Também tem havido preocupações de que a recente subida do preço do petróleo possa levar as fábricas brasileiras e indianas a desviarem mais cana para a produção de etanol.
Os produtores de cana do açúcar no Brasil e na Índia podem decidir se querem fazer mais açúcar ou biocombustível, dependendo do que for mais atrativo.
"O mercado do açúcar está realmente apertado", disse François Thaury, um analista da Agritel, uma empresa de consultoria sediada em Paris, citado pela Bloomberg.
"Temos tido revisões em baixa da produção de açúcar nos principais países", sublinhou.
Os preços mais elevados do açúcar estão a aumentar as despesas de fabrico de produtos como confeitaria e produtos cozinhados, numa altura em que os custos de energia, combustível e mão-de-obra também aumentaram.
O aumento dos preços de retalho do açúcar na Índia está também a aumentar as perspetivas de que o Governo não permitirá exportações adicionais nesta época, pressionando ainda mais o mercado, disse Thaury, segundo a Bloomberg.
Analistas da XTB também afirmam que embora o Brasil tenha iniciado a colheita e se preveja que este ano venha a registar uma colheita mais forte, a redução recente das perspetivas de produção para a Ásia, especialmente Índia e Tailândia, estão a aumentar as preocupações em relação a uma possível escassez da oferta de açúcar.
Além da decisão da possível limitação das exportações de açúcar pelo Governo indiano, os mesmos analistas sublinham o fenómeno El Niño, que se espera que traga um clima mais seco que pode também afetar a produção de açúcar.
Na época 2015/2016, um El Niño seco provocou um aumento agressivo nos preços do açúcar, referem.
"Por último, mas não menos importante, o recente salto nos preços do petróleo pode levar os produtores a estarem mais dispostos a desviar mais cana-de-açúcar para a produção de biocombustível do que para a produção de açúcar", afirmam.