Foi a queda mais acentuada desde o início da série histórica do órgão de estatísticas do Governo brasileiro, que começou em 2002.
De janeiro a abril, o setor encolheu 8,2%, e nos últimos 12 meses, recuou 2,9%, segundo o IBGE.
Em relação a abril do ano passado, a queda da produção industrial brasileira chegou a 27,2%, sexto resultado negativo seguido nessa comparação.
“O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia”, explicou André Macedo, gestor da pesquisa do IBGE.
O especialista mencionou que o mês de março já tinha apresentado resultado negativo.
“Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias económicas e em 22 das 26 atividades pesquisadas”, salientou Macedo.
Entre as atividades, o pior recuo veio do setor de fabricação de veículos automotores (-88,5%), muito pressionado pelas interrupções da produção em várias fábricas do país.
Também registaram impactos negativos da pandemia os fabricantes que atuam com metalurgia (-28,8%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%) e máquinas e equipamentos (-30,8%).
Outros recuos relevantes vieram das atividades de derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%) e bebidas (-37,6%)
Já a fabricação de produtos essenciais registou alta no Brasil.
Este foi o caso de produtos alimentícios (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%), que voltaram a crescer após recuarem em março 1% e 11%, respetivamente.
Perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal também subiram (1,3%), enquanto o setor extrativo ficou estável.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro já houve o registo de 555.383 casos confirmados e 31.199 mortes desde que o novo coronavírus foi detetado no país, no final de fevereiro.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 380 mil mortos e infetou quase 6,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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