A Herdade Vale da Rosa, que produz uvas de mesa em Ferreira do Alentejo (Beja), iniciou a rega das suas vinhas “há cerca de um mês”, mais cedo do que o habitual, devido à seca.

Em declarações à agência Lusa, o proprietário da empresa, o empresário António Silvestre Ferreira, adiantou que este ano foi necessário começar a “regar mais cedo” devido à falta de precipitação.

“Nesta altura não se regava ainda, regava-se mais tarde”, afiançou o produtor alentejano, reconhecendo que, “no que respeita à rega, a água da chuva é imprescindível”.

“Faz falta sobre todos os pontos de vista e é insubstituível nalguns aspetos. Portanto, mesmo estando numa região em que temos a água do Alqueva, a água da chuva sem dúvida que nos faz falta”, disse.

Neste momento, na Herdade Vale da Rosa, uma das maiores produtoras nacionais de uvas de mesa, prepara-se a campanha de 2022.

No ano passado a empresa comercializou “mais de 4.000 toneladas” de uvas de mesa, com e sem grainha, registando um volume de negócios “acima dos 13 milhões de euros”.

Segundo António Silvestre Ferreira, cerca de “80%” da produção destinou-se ao mercado nacional e os restantes 20% seguiram para exportação, sobretudo “para Inglaterra, Países Baixos e Polónia”.

O empresário explicou que, em 2021, a produção diminuiu face ao ano anterior, uma vez que foi arrancada parte da vinha “que já tinha atingido o limite de idade”.

“Arrancámos uma área muito grande, de mais de 100 hectares, e plantámos essa mesma área com uvas sem grainha, das variedades mais modernas”, esclareceu.

O proprietário da Herdade Vale da Rosa acrescentou que a empresa tem “260 hectares em produção” e “capacidade para produzir 8.000 toneladas [de uvas de mesa], o que irá acontecer dentro de cinco anos”.

Na Herdade Vale da Rosa, que conta com duas propriedades, ambas no concelho de Ferreira do Alentejo, são produzidas seis variedades de uva de mesa com grainha (Cardinal, Itália, Red Globe, Black Pearl, Victoria e Palieri) e sete sem grainha (Midnight Beauty, Sophia, Autumn Royal, Thompson, Crimson, Sugraone e Melissa).

A empresa conta cerca de 300 colaboradores fixos, “mas chega a ultrapassar as 1.000 pessoas a trabalhar” na época alta, disse António Silvestre Ferreira.

 Mais de 90% do território estava a 15 de fevereiro em seca severa ou extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que indicou um novo agravamento da situação de seca meteorológica no país.

O boletim de seca indica valores de percentagem de água no solo inferiores ao normal em todo o território, com as regiões Nordeste e Sul a atingirem valores inferiores a 20%, com “muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente”.

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