“Estão já confirmadas as presenças de representantes de sindicatos oriundos da Holanda, Itália, Espanha, Bélgica e Alemanha, que se juntam ao SNPVAC nesta reunião à porta fechada que terá lugar durante a manhã na sede do SNPVAC”, refere hoje o sindicato português em comunicado.
A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine em Portugal por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação em Portugal.
Ainda em 11 de abril, a presidente do SNPVAC considerou “uma ideia muitíssimo boa” ir a tribunal, depois de a Ryanair ter admitido a possibilidade de processar o sindicato.
“Até acho muito bem que todos vamos a tribunal dirimir este problema em conjunto. Acho que foi uma ideia muitíssimo boa e estamos preparados para isso, com toda a certeza”, referiu à agência Lusa Luciana Passo, depois de o presidente executivo da transportadora irlandesa ter admitido naquela manhã um processo face às “falsas alegações” dos sindicalistas.
“Se calhar, até é um sítio onde, com toda a lisura, e, naturalmente face à Justiça e dentro de um tribunal, podemos mostrar todas as irregularidades, podemos demonstrar todos os atropelos e fazer a Ryanair a defesa que entender e demonstrar que nós próprios estamos errados e que os tripulantes estão errados”, acrescentou.
Michael O’Leary, presidente executivo (CEO) da companhia aérea de baixo custo, tinha admitido à Lusa processar o sindicato de tripulantes se continuasse com as “falsas alegações” de violação da lei portuguesa, no âmbito da recente greve de trabalhadores de bases nacionais.
Desde o início da paralisação de três dias, no período da Páscoa, que o SNPVAC acusou a companhia aérea de violar a lei portuguesa, ao substituir trabalhadores em greve, incluindo com ameaças de despedimento.
A dirigente sindical considerou ainda que a transportadora “está a dar a volta à questão”, até porque tem referido a possibilidade de aumentos salariais ao sindicato.
“Ninguém pediu nesta altura aumentos, o que se pediu foi que a lei portuguesa, estando os tripulantes a trabalhar em território nacional, iria ser uma garantia” em questões como baixas médicas.
“E que não iriam insistir na coação e na intimidação quando os objetivos de vendas não eram atingidos e que a lei da parentalidade iria ser cumprida quando o tripulante assim o entendesse”, elencou a dirigente.
O presidente executivo da Ryanair garantiu também, em 11 de abril, que os trabalhadores da transportadora aérea em Portugal preferem continuar com contratos sob a lei irlandesa, uma vez que ganham mais e têm mais dias de licença maternal.
“Os tripulantes são muito bem pagos. Ganham entre 30 a 40 mil euros por ano, o que é mais do que enfermeiros ou professores em Portugal e estamos muito agradecidos que poucos tenham apoiado a greve no fim de semana da Páscoa, e foi por isso que a greve teve tão pouco sucesso e cancelámos menos de 10% dos nossos voos”, notou Michael O’Leary à agência Lusa.
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