“Todas as grandes empresas começaram numa garagem”, lembrou Tim Vieira, investidor e empresário de sucesso. “Apple, HP e Google”, são alguns dos exemplos que o conhecido "Shark" citou na apresentação do Garage Pitch 901, um projeto de apoio ao empreendedorismo que quer levar a cabo e que tem lugar, curiosamente, numa garagem.
E porquê catapultar empresas que dão os primeiros passos nesses metros quadrados fechados ao exterior? “Porque tenho uma garagem”, responde, sorrindo. E também porque “uma garagem é barulho, há pessoas, carros, fumo e potencia a criatividade. E dá incentivos para as pessoas um dia terem o seu Mustang ou Ferrari”, explicou Tim Vieira, que quer ajudar “o ecossistema e as empresas a terem mais hipóteses sucesso”.
Neste espaço há pneus e carros. Um Carocha, Ford Mustang, Porsche e Ferrari e motos Harley Davidson, todos a brilhar. Mas também motores abertos e máquinas por afinar.
As paredes estão decoradas com incursões fotográficas ao desporto. O boxe, com três quadros e uma luva autografada de Muhammad, camisolas de futebol onde não falta Figo e Ronaldo, e camisola das seleções de râguebi da Nova Zelândia e da África do Sul.
Um desafio de três minutos. Assim foi. Tim Vieira juntou num espaço que é seu e que serve de garagem cinco startups e quatro jurados: ele mesmo, como promotor, dois investidores - Isabel Neves e Pedro Janela - e um convidado não pertence ao ecossistema de empreendedorismo, a apresentadora de televisão Ana Rita Clara. Na assistência alguns business angels e muitos outros investidores que seguiram tudo ao minuto através da transmissão no SAPO24
Uma vida em três minutos. É pegar ou largar
Ao longo de três minutos, Mariana Bettencourt (Sparkl), Fernando Leitão (X-Carga), Nuno Duro (Bluecover), Mark Bastiaanssen (Pakketmail) e Marco Pombo (Pão em Casa) mostraram o que valem perante os quatro jurados, que deram dicas, sugestões e recomendações e fizeram perguntas. Muitas perguntas.
Mais ou menos assertivos, com melhor ou pior explicação, os empreendedores apresentaram os projetos e as empresas que gerem. Tudo controlado entre gingles e sons de buzina rouca de um carro antigo que ditavam o fim do round.
“A vida é feita por segundos que mudam as nossas vidas. E três minutos dão para mudar a vida”
Houve quem não necessitasse dos três minutos (Mariana Bettencourt) e quem ultrapassasse (Marco Pombo), quem apresentasse a sua empresa em inglês (Mark Bastiaanssen) e quem levasse uma recomendação para crescer, antes de mais, em Portugal. A X-Carga recebeu um aviso para melhorar a apresentação (pitch), e Bluecover recebeu de mão beijada uma sugestão de contacto.
“Se não levarem uma cacetada não aprendem”, garantiu no final das apresentações Pedro Janela, CEO e cofundador do WYgroup e um dos jurados do Garage Pitch 901. “[As cacetadas] são uma forma emocional de transmitir aquilo que sei. Tenho investido em muitos projetos, pelo que mais vale à cacetada agora, que aprendem mais depressa”, reforçou.
Depois de ter visto e ouvido cinco empreendedores, cinco startups, Pedro Janela deixa um conselho. “A linguagem corporal é mais importante que o tom”. O corpo fala, “a empatia, a assertividade, a energia, a capacidade de interação e de estar envolvido”, acrescentou. “Pode parecer um pormenor mas para quem vai investir o que quer é um tipo que já caiu 300 vezes e vai continuar a tentar. Vê-se na voz e na linguagem corporal”, finalizou.
“Ajudamos todas as empresas e todas ganham por passar cá”, explicou Tim Vieira. “As dicas ajudam e o pitch é muito importante, os investidores têm 180 segundos e têm que ser convencidos que é uma empresa que vale a pena”, continuou. “A vida é feita por segundos que mudam as nossas vidas. E três minutos dão para mudar a vida”, atirou.
Com as empresas a trocarem impressões e cartões com quem estava na assistência e com jurados, em jeito de balanço deste primeiro Garage Pitch 901, Tim Vieira, reforçou que “as empresas ou encontram investidores, ou parceiros de negócios ou clientes. E só por isso vale a pena. Já ganhámos”.
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