No último domingo, enquanto os portugueses eram absorvidos pelo seguimento da calamidade com o fogo, na Áustria, seis em cada 10 eleitores votaram para que o governo de Viena esteja mais alinhado com a intolerância do húngaro Orban em Budapeste do que com o europeísmo de Merkel em Berlim.

Os eleitores austríacos deram 31,7% dos votos ao Partido Popular (OVP) do jovem Sebastien Kurz, 26,9% ao social-democrata SPD e 26% à extrema-direita xenófoba FPO. A força da extrema-direita austríaca não é novidade, tanto que em 2000 o país enfrentou sanções europeias por a extrema-direita, então liderada pelo polémico Jorg Haider, ter entrado na coligação governamental em Viena. A União Europeia quis, então, hostilizar práticas políticas europeias. Não se vislumbra que agora apareçam sanções por um quadro semelhante. O discurso contra a onda de refugiados e migrantes já faz parte do discurso de muitos dos partidos conservadores europeus, com exceção da coligação de Merkel na Alemanha.

O líder conservador austríaco e provável próximo primeiro-ministro, aparece carismático e é um caso: chama-se Sebastien Kurz, tem 31 anos, entrou para o governo com apenas 24 anos e aos 27 era ministro dos estrangeiros. Foi nesta função que a sua personagem se tornou notória, ao encabeçar a linha dura intolerante perante os refugiados. O jovem Kurz, sempre com fatos impecáveis e com imagem que lembra uma figura cyborg, assume-se um político de nova geração, tanto que se propõe rebatizar o partido, como “Novo Partido Popular”.  Quer ultrapassar a fase de tutela do país pelo “Welfare”, o pacto entre os grandes partidos tradicionais e os parceiros sociais. Promete promover mais a igualdade de género e alguma abertura ecologista. Mas com fecho de porta à imigração do sul.

Dentro da União Europeia já infestada por vagas nacionalistas, o quarteto anti-europeu de Visegrado, que reúne os governos da Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia, tende a passar a quinteto, com a Áustria como nova parceira. A extrema-direita já não era tabu em Viena, mas nunca apareceu tão influente.

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Daphne Galizia é uma jornalista que liderava a investigação sobre corrupção em Malta, um país da União Europeia que aparece como paraíso fiscal. A explosão do automóvel que conduzia aponta para crime político para a silenciar.

A justiça espanhola mandou para a prisão dois dos lideres independentistas da Catalunha. É uma má notícia, porque reduz a possibilidade de diálogo para o entendimento.

série de documentários no La Repubblica sobre o desespero que tornou inevitável o grande êxodo através do Mediterrâneo.

desolação em Portugal e na Galizavista de fora, pela BBC. E em tantas primeiras páginas pela Europa: estaestaestaesta e até, de outro modo, esta.