Não queremos um Brexit hoje, mas também não queremos um Brexit nunca. Deus nos livre de um Brexit sem acordo. Ainda assim, não contem connosco para acordar um Brexit. Desejo o Brexit, mas não teu Brexit. Não quero Brexit, mas não da forma que tu não queres o Brexit.
É preciso que isto fique claro como a água: somos taxativamente contra o Brexit. Mais, acrescento aqui, para que não restem dúvidas, que nos opomos liminarmente a acabar com o Brexit. Uma coisa é certa, não contem connosco para levar o Brexit adiante. É também fulcral gerir expectativas: de modo algum confiem em nós para travar o Brexit. Não abdicamos dos nossos princípios: recusamo-nos a ficar num mercado comum. Outra coisa posso garantir: será trágico abandoná-lo e irresponsável apoiar essa solução.
Vamos lá resolver este imbróglio de uma vez por todas: se é para sair, é para não sair; se é para ficar, é para não ficar. Calma lá. Isto não soou bem. Estou confuso. Já nem me recordo em que é que votámos em 2016. Foi leave? Ou remain? Terá sido remain leaving? Ou leave remaining? Talvez leavain? Porventura remeave? Dê por onde der, vamos ter em conta o superior interesse da nação, nem que tenhamos de acabar com ela.
Temos de ser sinceros: o mais provável é não haver acordo. O menos provável é não haver não acordo. O melhor acordo que vamos acabar por acordar será não acordar. Será que um não acordo não é pior do que um não não acordo, que seria evitável se houvesse um acordo, não um não acordo? Concordo e discordo.
Tem de haver uma alternativa. Mas seria irresponsável que não se apresentasse uma alternativa à alternativa. O ideal era alternar entre as duas. Segundas, quartas e sextas o Reino Unido faria parte da União Europeia. Terças, quintas e sábados, não. Claro que isto tudo teria de passar por um acordo. E quanto ao Domingo? Proponho um referendo. E um acordo. E outro acordo. E um novo referendo. E um acordo. E um não-acordo. De acordo?
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Isto.
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