O carismático Fidel Castro, ao leme de uma pequena ilha tornou-se um gigante político. Sobreviveu a 11 presidentes dos EUA, que enfrentou. Fidel fica para a história, amado e odiado. Amado pelo fascínio do idealismo revolucionário, pela obstinação pelo combate pela utopia de um mundo melhor.Odiado pelo autoritarismo, por aparecer como ditador, a encarcerar os opositores, a amordaçar a liberdade de expressão, a fazer perseguir quem fosse diferente, a empurrar tantos cubanos para o exílio.
Milhares de balseros perderam a vida na tentativa de travessia clandestina daqueles 145 quilómetros de mar que separam Cuba da Florida. Fidel proclamava o combate pela igualdade entre todos, mas suprimiu as liberdades e submeteu o povo cubano ao jogo do conflito geopolítico com epicentro em Havana. Artistas e intelectuais foram vítimas da "caça às bruxas" do regime - mas não deixaram de resistir com vitalidade criativa, como se sente na literatura, na música e no cinema.
Fidel impôs aos cubanos um sistema económico ineficaz e absurdo. A ilha entrou no século XXI como se continuasse congelada em 1959. Os Buicks e Oldsmobiles que hoje continuam a circular pelas ruas e pela marginal de Havana são relíquias ambulantes que evidenciam esse anacronismo.
A utopia tornou-se burocracia.
Mas Cuba, com Fidel, tornou-se um modelo para políticas de saúde e de instrução pública em países pobres.
As revoluções do século XX na América Latina têm dois ícones: Fidel Castro e Ernesto Che Guevara. Mas é o Che, “guerrilheiro heróico” como ficou imortalizado a fotografia feita por Alberto Korda, quem permanece como imagem da identidade latino-americnana e símbolo das lutas sociais nos vários continentes.
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