O PS acha que o documento que apresenta é uma orgia bem libertina, já a esquerda queixa-se de que as contas de João Leão nem sequer constituem preliminares. O Presidente ameaça desaprovar a relação publicamente, voltando a dar aos eleitores poderes de cupido, para escolherem novas correspondências como no Tinder. Contribuirá para este desfecho o facto de a área política de Marcelo, no seu mandato, ser um grupo de adolescentes que ainda não performaram o amor. Observando por detrás de uma cortina, a direita executa o onanismo, ainda que com incertezas que de seja a altura certa para atingir o clímax.
Não é que o PS tenha tido alguma vez complexos por ter um governo minoritário, mas o tamanho não importa, mas sim a satisfação. A estratégia "quantas mais propostas me rejeitas, mais eu gosto de ti" não resulta em 2021. De um lado, temos um PS que acha que consegue satisfazer sozinho o fetiche de dominação. Do outro lado, uma esquerda que acha que, no que toca a cativações, o ministro das finanças deixou de ser só artesão, tendo passado mesmo ao exibicionismo.
Como acontece na vida real, o PS pode vir a sentir-se mal no futuro por dar ghost aos parceiros. O PCP e o Bloco podem ficar mais fracos, mas mesmo que façam uma dieta de assentos parlamentares, podem acabar ganhar hipertrofia nos treinos de luta na rua. O ímpeto pode parecer irresistível, querer ficar solteiro é legítimo, mas mais tarde a ficha cairá. O PS sente que a Geringonça já não levanta e, se for preciso, terá a sua fase promíscua. Todavia, talvez seja tempo para Costa pensar "sendo honesto, quantos parceiros tive nos últimos anos?"
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