Cancelem a praia, suspendam a falta de consciência
No dia em que a Organização Mundial de Saúde declarou pandemia pelo novo coronavírus, o Conselho Nacional de Saúde pediu clareza no combate à desinformação, assumindo uma posição em relação aos rumores que circulam na Internet, com os feeds das redes sociais a dividirem-se entre notícias, supostas infeções, mortes e teorias da conspiração e vídeos de praias repletas.
Uma certa leviandade que escala em muitos casos até ao desprezo pela prudência e cuidados que nos são pedidos pelas autoridades de saúde choca com o pânico de outros, notório nos vídeos que circulam de supermercados de prateleiras vazias e nas notícias que dão conta da dificuldade que é comprar máscaras ou gel desinfetante.
Vencer uma pandemia como a que enfrentamos hoje exige um trabalho comum enquanto país. É preciso que os mais novos entendam que as escolas não encerraram para lhes dar tempo para começar a trabalhar o bronze já em março, mas sim porque há algo de grave a acontecer no mundo e que o seu contributo, já tantas vezes repetido nos meios de comunicação social e pela Direção-Geral de Saúde, e nos quais se inclui a recomendação de evitar multidões, é fundamental.
Para além disso exige-se as noções básicas da vida em comunidade, algo tão simples como perceber que abastecer a dispensa não é ter um stock de latas de atum e esparguete ao nível de um aluno de primeiro ano de licenciatura no primeiro mês a viver fora de casa dos pais.
Pergunto-me o que tiramos dos ciclos da história, da economia e das crises. Não conseguimos retirar nada da crise dos combustíveis? O que aprendemos e o que retiramos para as batalhas que se avizinham?
É tempo de meter as leituras em dia - e não só -, o bronze pode esperar.
E por isso ficam aqui três sugestões:
Livro: Seven Nights, de Simon Strauss
Série: Years and Years (HBO)
Reality Show: Love is Blind (Netflix)
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