Testes rápidos nem em “roda livre” nem à venda

Rita Sousa Vieira
Rita Sousa Vieira

O Governo diz que estará atento ao processo de autotestes rápidos de antigénio, no sentido de assegurar que esta metodologia de despiste da Covid-19 “não se transforme numa roda livre”.

Ouvida na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social, a Ministra da Saúde garantiu que o Governo estará atento à “boa realização dos testes e ao seu reporte”, salientando a necessidade de as “pessoas não serem deixadas desintegradas” neste processo.

No entanto, confirmou o Infarmed ao SAPO24, estes testes rápidos ainda não se encontram à venda em farmácias ou supermercados.

O regulador nacional aguarda que os fabricantes, ou seus mandatários, submetam os testes rápidos de antigénio (TRAGs) a aprovação. O aval dependerá da resposta aos requisitos definidos pela circular conjunta da Direção-Geral da Saúde, do Infarmed e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, divulgada na passada sexta-feira.

No entanto, e ainda antes de ser divulgada a circular, já o Jornal de Notícias noticiava que que algumas farmácias tinham listas de espera para a compra destes dispositivos.

A espera pode não ser demorada, segundo adianta fonte do regulador, mas ao dia de hoje a lista dos autotestes autorizados para venda (que será publicada no site do Infarmed) ainda está em branco.

A realização de auto-testes, estabelecida num regime excecional e temporário e enquadrada na Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2, visa, segundo o Governo, “intensificar os rastreios laboratoriais regulares para deteção precoce de casos de infeção como meio de controlo das cadeias de transmissão, designadamente no contexto da reabertura gradual e sustentada de determinados sectores de atividade, estabelecimentos e serviços”.

A medida, anunciada a 13 de março, tem a duração de seis meses, embora o prazo possa ser prolongado. Os testes podem ser vendidos a cidadãos maiores de 18 anos, sendo que, para tal, não é necessária receita médica. A sua comercialização já foi autorizada noutros países europeus, como a Áustria e a Alemanha.

No caso dos autotestes permitidos em Portugal, a colheita é feita através de um zaragatoa e a recolha é extraída das fossas nasais, ou seja, um método menos invasivo que os PCR, em que a zaragatoa é introduzida até à nasofaringe. A comunicação do resultado aplica-se quer o resultado seja positivo, negativo ou inconclusivo.

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