E se Fukushima se repetir em Zaporijia?
A central nuclear de Zaporijia, ocupada pelo exército russo no sul da Ucrânia, ficou sem eletricidade na sequência de um ataque russo realizado durante a madrugada.
O que aconteceu exatamente?
O local ficou sem rede elétrica “por volta das 05h00”, pela primeira vez desde novembro, mas pela sexta vez desde o início da guerra.
“A última linha de comunicação entre a central nuclear ocupada de Zaporijia e a rede elétrica ucraniana foi cortada devido aos ataques de mísseis” russos, indicou hoje de manhã a Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia.
Os 20 geradores de emergência — a gasóleo — foram ativados, com ‘stocks’ de emergência que permitem operar durante 15 dias. Com isto, conseguiu-se garantir a alimentação mínima da central.
Sem a eletricidade produzida por esses geradores, o superaquecimento do combustível do reator pode causar rapidamente um acidente nuclear.
Simplificando: a eletricidade é essencial para o funcionamento das bombas da central, já que garantem a circulação da água para refrescar o combustível dos núcleos dos reatores e evitar um acidente de fusão e a libertação de radioatividade no ambiente.
Ou seja, se isso não acontecer pode estar em causa um cenário idêntico ao de Fukushima, no Japão, em 2011.
Então houve perigo?
A interrupção do fornecimento de energia obrigou à utilização dos tais geradores de emergência a gasóleo para arrefecer a central, “o que aumentou muito o risco de acidente nuclear nas últimas horas”, lamentou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
“Trata-se de uma grave violação à segurança nuclear, provocada pela Rússia. Zaporijia é a maior central nuclear da Europa. E a Rússia pôs em risco a segurança de todo o continente europeu, inclusive a própria Rússia”, alertou o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia.
Por sua vez, também o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, alertou novamente para os perigos dos ataques à central nuclear ucraniana de Zaporijia.
“Estamos a brincar com o fogo e a permitir que a situação continue, mas um dia a nossa sorte vai mudar”, avisou.
Então o que está a ser feito?
Muito pouco — ou nada. O diretor da AIEA, que está a realizar consultas com Kiev e Moscovo há vários meses, sem sucesso, para estabelecer uma zona de proteção ao redor do local, pediu hoje a participação da comunidade internacional.
“Temos de nos comprometer a proteger a segurança do local e temos de nos comprometer agora”, afirmou, acrescentando sentir-se surpreendido com a atual passividade.
“O que é que estamos a fazer para prevenir um acidente na maior central nuclear da Europa?”, questionou.
O que leva a Rússia a intensificar os ataques?
A Rússia admitiu hoje ter realizado "ataques massivos" na Ucrânia em retaliação contra uma incursão recente no seu território.
“Em resposta aos atos terroristas do regime de Kiev na região [russa] de Britansk, em 2 de março, as forças armadas da Federação Russa lideraram ataques massivos de represálias”, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.
De acordo com o ministério, os ataques foram realizados sobretudo com mísseis supersónicos “Kinjal” (“Punhal”, em russo).
Além do corte de energia à central nuclear, os ataques russos — os maiores das últimas semanas — mataram pelo menos seis pessoas hoje e cortaram a eletricidade a parte da população.
O que diz a Ucrânia?
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou as “táticas miseráveis” russas, referindo-se aos bombardeamentos que atingiram nove regiões do país e a capital, Kiev, e atingiram a infraestrutura de energia.
De acordo com o exército ucraniano, a defesa antiaérea destruiu 34 dos 81 mísseis lançados por Moscovo e quatro drones explosivos de fabrico iraniano.
Embora os ataques tenham diminuído nas últimas semanas, as autoridades ucranianas disseram hoje que vários mísseis disparados ao amanhecer atingiram 10 regiões no leste, sul, oeste e em Kiev.
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