Menos produtos no carrinho, mas mais dinheiro gasto. O que vai fazer o Governo?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Ir ao supermercado começa a tornar-se um pesadelo para os portugueses. De semana para semana, os preços continuam a aumentar. Mas é tudo culpa da inflação ou há algo mais a acontecer?

Nos últimos dias, foi anunciado que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou 51 processos-crime por especulação em fiscalizações a 960 operadores e detetou significativas margens de lucro em diversos produtos.

Por exemplo, em produtos como os ovos, laranjas, cenouras e as febras de porco, foram verificadas margens a partir de 40% e até 50%. Acima desta margem, destacou-se o caso da cebola.

Nesse sentido, na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro da Economia prometeu “ser inflexível” para com todas as situações anómalas no setor alimentar.

António Costa e Silva salientou que poderá haver "práticas abusivas que têm que ser sancionadas". Referiu também que a "alta dos preços não para de continuar" quando há "informações claras que a inflação está a diminuir há quatro meses sucessivos", o que fez com que o Governo esperasse o mesmo comportamento na área alimentar.

Já este domingo, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse que o Governo está a estudar "todas as medidas" para que o consumidor possa pagar o preço justo pelos alimentos.

De recordar que, em maio de 2022, o Governo anunciou a criação do Observatório de preços, que foi formalizada por despacho publicado em outubro do ano passado. O objetivo é a ‘monitorização eficaz’ dos custos e preços ao longo da cadeia de abastecimento agroalimentar e maior transparência.

“Quando propusemos a criação deste Observatório de preços, indo buscar o modelo espanhol que está a funcionar, é no sentido disso mesmo, de salvaguardar que não há nenhum elo da cadeia que saia prejudicado. Iremos estudar todas as medidas de maneira a poder mitigar quebras que existiam em todas as fases da cadeia alimentar e garantir que o consumidor paga um preço justo”, garantiu a ministra.

Contudo, o ministério da Agricultura não adiantou uma data para a entrada em funcionamento do Observatório, referindo apenas que será "num futuro muito próximo".

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