Habitação: Chega foi escoltado e multidão criticou Costa e Marcelo...que promulgou o pacote do Governo

Por todo o país, hoje foi dia de manifestações pela habitação. Ou melhor, o povo saiu à rua para revelar as suas insatisfações face às políticas de apoio do Governo.

O que marcou o dia?

Críticas e mais críticas e até mesmo alguns momentos de maior tensão. Isto foi o que se passou durante o dia em algumas das principais ruas de Portugal.

O mais tenso foi vivido em Lisboa e envolveu o Chega.

Três deputados do Chega foram hoje escoltados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para fora do local onde está a decorrer uma manifestação pela habitação e justiça climática, em Lisboa, após protestos de participantes.

Os deputados Rui Paulo Sousa, Filipe Melo e Jorge Galveias, chegaram à Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, pelas 15:00, e pouco depois foram recebidos com protestos, com várias pessoas a gritar “racistas, fascistas, não passarão”, entre outros.

Os manifestantes juntaram-se em torno dos deputados, o que levou a equipa de intervenção rápida da PSP a rodear os parlamentares, que após alguns minutos acabaram por ser escoltados para fora do local da manifestação.

Inicialmente, o deputado Filipe Melo disse, em declarações aos jornalistas, que a comitiva do Chega não ia abandonar o local da manifestação, “porque as ruas não são da esquerda, são dos portugueses”, mas os parlamentares acabaram por não participar no protesto, e subiram a Alameda D. Afonso Henriques dentro de um ‘cordão’ constituído por vários elementos da PSP.

“Decidimos abandonar a manifestação a pedido das forças de segurança e respeitando o trabalho que estão a fazer, porque caso contrário não o faríamos”, justificou Filipe Melo.

E ficou por aqui?

Não. Posteriormente foi a vez das críticas atingirem Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal, e ainda António Costa, Primeiro-Ministro, mas neste caso meteu também a questão climática.

Mais uma vez na capital portuguesa, muitos milhares exigiram o direito à habitação, mas também a justiça climática, pedindo ao Governo de António Costa e ao Presidente da República mais respostas e uma intervenção mais eficaz.

Os manifestantes, entre os quais se destacavam muitos jovens, gritavam palavras de ordem como “A casa custa, queremos uma vida justa” e carregavam cartazes e faixas onde se podiam ler frases como “Onde estão as casas de quem faz as casas?”, “O vosso lucro é a nossa miséria” ou “ Mais baldios, menos senhorios”.

“Faço parte desta manifestação porque é preciso lutarmos contra este sistema que põe o lucro acima da vida das pessoas. Não é possível que numa cidade com tantas casas, existam tantas pessoas que tenham que morrer na rua e não é possível que nós, sabendo que temos que cortar os combustíveis fosseis até 2030, o nosso Governo continue a falar de metas ridículas até 2040 ou 2050”, afirmou a estudante universitária Catarina Bio, em declarações à agência Lusa.

Para a manifestante, tanto o pacote Mais Habitação, como as medidas para mitigar as alterações climáticas não passam de “uma fachada” ou de “um penso rápido” para “fingir que o Governo está a fazer algo”.

As plataformas Casa para Viver e ‘Their Time to Pay’ promovem hoje um conjunto de manifestações pelo direito à habitação e pela justiça climática.

“Lutamos pelo direito à habitação e por permanecer nos espaços, por uma vida digna para todas as pessoas e por medidas que travem a crise climática. Estas são duas lutas contra o capital, que coloca a especulação e o lucro acima da vida”, lê-se na informação difundida pelas duas plataformas.

E como foi a reação dos visados?

O único que reagiu, até ao momento, foi Presidente da República que considerou que as manifestações que decorreram hoje pelo país contra a crise na habitação são “importantes, por uma boa causa e sinal de que a democracia está viva”.

“Em democracia manifestar é um direito fundamental (…), é sinal de que a democracia está viva”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à chegada ao XXVI Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que decorre no Seixal, no distrito de Setúbal.

Na opinião do chefe de Estado, estas manifestações mostram que as pessoas querem encarar o problema da habitação e acelerar processos para a sua resolução.

O importante é que, concordando ou discordando, as manifestações decorram de forma pacífica, referiu.
As plataformas Casa para Viver e ‘Their Time to Pay’ promovem hoje um conjunto de manifestações pelo direito à habitação e pela justiça climática.

“Lutamos pelo direito à habitação e por permanecer nos espaços, por uma vida digna para todas as pessoas e por medidas que travem a crise climática. Estas são duas lutas contra o capital, que coloca a especulação e o lucro acima da vida”, lê-se na informação difundida pelas duas plataformas.

E ficou por aqui?

Não. Neste dia o Presidente Marcelo acabou por promulgar o pacote habitação do Governo,

“Eu promulguei porque a Assembleia [da República] confirmou e eu tinha oito dias para promulgar, portanto, já promulguei, antes mesmo dos oito dias, a lei chamada Mais Habitação”, revelou Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para o XXVI Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) a decorrer no Seixal, no distrito de Setúbal.

Portanto, acrescentou, o Governo de António Costa tem a partir de agora, à disposição, as leis necessárias, tendo de regulamentá-las.

“Eu espero que corra bem. Regulamente rapidamente as leis e que avance com aquilo que constitui uma meta importante para o fim da legislatura”, vincou.

Com Lusa

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