Medina, a tinta verde e os vários tipos de manifestação
O ministro das Finanças foi hoje à tarde atacado com tinta verde por uma ativista, durante uma aula aberta na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
O que aconteceu exatamente?
Enquanto apresentava o Orçamento do Estado para 2024, uma ativista climática surgiu com uma garrafa cheia de tinta verde e esguichou-a em direção a Fernando Medina.
“Sem futuro não há paz”, gritou a jovem nesse momento.
Depois de ser atingido, Fernando Medina ironizou: “Pelo menos sei que tenho uma apoiante relativamente à subida do IUC". E continuou a aula, com a roupa ainda manchada de tinta verde.
Quem é esta jovem?
Um grupo de cinco jovens ativistas pelo clima manifestava-se hoje à porta do auditório da universidade. Devido ao incidente, foram rodeados por vários elementos da PSP.
O ataque a Fernando Medina foi feito por estudantes da Greve Climática Estudantil que, em comunicado, afirmam que "o orçamento não contempla um plano de como vamos parar de usar o gás fóssil", refere a porta-voz, Beatriz Xavier. "Este é um passo essencial para nos mantermos dentro dos limites ditados pela ciência. Não é negociável, é uma necessidade existencial".
Assim, os ativistas reivindicavam, entre outros assuntos, que este inverno seja o último com gás e pediram ao Governo medidas concretas para a crise climática, tendo acabado por ser retirados pela polícia.
A jovem manifestante que atirou a tinta foi de imediato retirada da sala.
É a primeira vez que isto acontece?
Não. Esta não é a primeira vez que um governante é atingido por tinta verde, já que o ministro do Ambiente e Ação Climática também foi alvo dos ativistas.
Além disso, nos últimos dias têm sido várias as manifestações. Por exemplo, na quarta-feira, ativistas ambientais colaram-se a um avião que ia fazer a ligação entre Lisboa e Porto, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Esta tarde soube-se também que três jovens ativistas do movimento Climáximo foram condenadas a 600 euros de multa pelo crime, em coautoria, de atentado à segurança do transporte rodoviário, por terem cortado a circulação na rua de São Bento, em Lisboa. Além deste episódio, os ativistas também cortaram anteriormente a Segunda Circular.
Fernando Medina comentou o sucedido no dia de hoje?
No final da aula, o ministro das Finanças considerou que as universidades devem ser espaço de debate “livre e aberto sobre todas as questões” e “de liberdade e tolerância sobre os mais variados tipos de manifestação”.
Contudo, questionado no final do evento sobre o incidente, Medina não quis prestar declarações.