Esquecemo-nos da Ucrânia?
Depois de ter sido invadida, a Ucrânia esteve mais de um ano no olho do furacão mediático, contudo nos últimos tempos que o conflito entre o Hamas e Israel tem tomado o seu espaço nos escaparates e no boca a boca, remetendo a guerra europeia para segundo plano.
Contudo, os dias não passaram a ser mais leves no leste europeu. Ontem, Volodymyr Zelensky disse ter tido um “dia difícil”, acrescentando que o ataque russo, em Donetsk, fez mortos e “provavelmente há pessoas sob os escombros”, incluindo entre as equipas de resgate. Em causa um ataque com mísseis contra a região de Donetsk e Zaporijia que atingiram edifícios habitacionais.
Depois deste ataque, o dia de hoje começou com o Ocidente a voltar a pôr os olhos na Ucrânia. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, realizou uma visita à capital da Ucrânia, onde se reuniu com o chefe de Estado, Volodymyr Zelensky.
“Mantivemos uma boa reunião centrada nas armas destinadas à frente (de combate), no reforço da defesa antiaérea, na proteção da população e das infraestruturas. Agradeço o apoio do Reino Unido”, escreveu Zelensky na rede social X.
David Cameron reiterou o apoio de Londres a Kiev – no quadro da invasão russa que começou em fevereiro de 2022 – e prometeu manter o “apoio moral, diplomático e económico” e, sobretudo, militar, noticiou a televisão estatal britânica BBC sobre a visita.
E com a Finlândia a anunciar o encerramento de metade dos seus pontos de passagem fronteiriça com a Rússia durante a noite de sexta-feira para sábado, depois de ter acusado Moscovo de permitir que migrantes indocumentados atravessem a fronteira, anunciou hoje o Governo.
“O Governo tomou a decisão de fechar os pontos de passagem de Vaalimaa, Nuijamaa, Imatra e Niirala”, disse a ministra do Interior, Mari Rantanen, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, a acusar a Rússia de “malícia”.
Em causa está a informação da Guarda de Fronteiras que alertou para o facto de, na última semana, se ter registado um aumento acentuado do fluxo de requerentes de asilo de países terceiros que chegam à fronteira com a Rússia.
Segundo a agência, mais de 200 pessoas de países terceiros entraram na Finlândia através dos pontos de passagem da fronteira oriental na última semana, principalmente do Iraque, Iémen e Somália, em comparação com 91 nos três meses anteriores.
Esta decisão apressou Ursula von der Leyen a apoiar a decisão da Finlândia e a condenar a Rússia. A presidente da Comissão Europeia classificou como "vergonhosa" a instrumentalização pela Rússia em relação ao uso de migrantes na fronteira com a Finlândia.
“Tive uma conversa telefónica com o primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, que me informou sobre a situação na fronteira com a Rússia. A instrumentalização dos migrantes por parte da Rússia é vergonhosa”, afirmou Von der Leyen num comunicado.
Bruxelas “apoia plenamente” as medidas adotadas pela Finlândia e agradeceu aos guardas fronteiriços finlandeses “por protegerem as fronteiras europeias”.
*Com Lusa