730 dias assim, os últimos dois anos anos na Ucrânia

Ana Maria Pimentel
Ana Maria Pimentel

Fazem hoje dois anos desde o dia em que as tropas de Vladimir Putin invadiram a Ucrânia. Desde a primeira hora que os aliados não tiveram dúvidas no apoio à Ucrânia, e desde o primeiro minuto que Zelensky recusou sair do país. Tem sido a cara do sofrimento e da resiliência de um povo que, no último ano, tem pedido ajuda mais intensa numa guerra que está cada vez mais difícil. Dificuldades que fizeram com que hoje, no segundo aniversário da invasão do país pela Rússia, o secretário-geral da NATO tenha exortado a Ucrânia e os seus aliados a "não perderem a esperança" na vitória.

Na Ucrânia o dia ficou marcado pelas as homenagens do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos soldados que tombaram na guerra contra a Rússia, mas acima de tudo com a presença nessa cerimónia solene da Presidente da Comissão Europeia e os Primeiros-Ministros da Bélgica, Itália e Canadá.

Enquanto na Ucrânia a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiava a "extraordinária resistência do povo ucraniano". Fora dela os apoios, os tão esperados apoios, voltaram a fazer-se anunciar e assim começa.

Quais os apoios anunciados hoje?

  • Londres anunciou uma ajuda de 245 milhões de libras (287 milhões de euros) para ajudar a Ucrânia a reabastecer-se de munições dois anos depois do início da invasão russa, com o primeiro-ministro britânico a prometer apoio até à vitória. Um coração amarelo e azul com a bandeira do Reino Unido onde se lia "Thank You" ["Obrigado"] liderou em Londres uma manifestação em solidariedade com a Ucrânia para marcar os dois anos desde o início da invasão russa.
  • O primeiro-ministro canadiano assinou, em Kiev, um acordo de cooperação em matéria de segurança com o Presidente ucraniano que compromete Otava a enviar mais de dois mil milhões de euros em ajuda militar e financeira em 2024.
  • A União Europeia (UE) vai dar à Ucrânia, em março, 4,5 mil milhões de euros, verba que faz parte do pacote de 50 mil milhões de euros de apoio já aprovado, anunciou a presidente da Comissão Europeia.

E Portugal?

O Presidente da República garantiu hoje que Portugal manterá "pelo tempo que for preciso" o apoio a vários níveis à Ucrânia e condenou a "guerra injusta, ilegal e imoral" provocada pela invasão russa. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que o apoio à Ucrânia deve ser redobrado em defesa da integridade territorial do país, estando em causa também a arquitetura de segurança da Europa. Por fim, o primeiro-ministro português afirmou que Portugal estará ao lado da “resistência heroica” do povo e das forças armadas ucranianas pelo tempo que for necessário, até que seja alcançada uma paz justa e duradoura.

E em 12 cidades portuguesas assinalaram-se os dois anos da invasão da Ucrânia pela Rússia, decorrendo em Lisboa a inauguração de uma exposição de fotojornalistas sobre crianças ucranianas e uma manifestação entre o Rossio e a Praça do Município. Algumas centenas de pessoas, sobretudo ucranianas, juntaram-se, à tarde, em Lisboa para marcar os dois anos de guerra na Ucrânia, numa iniciativa que serviu para agradecer a Portugal e pedir mais apoios para conseguirem vencer a Rússia.

E para o futuro fica-se por aqui?

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis apelou hoje à entrega urgente por parte dos Estados-membros de munições à Ucrânia e a investimentos nacionais em capacidades de defesa na União Europeia (UE). Também o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, incentivou os Estados-membros a fornecerem mais ajuda militar à Ucrânia, uma "prioridade fundamental" que discutiu hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dimitro Kuleba.

Na Ucrânia, a presidente do G7 e primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, abriu hoje a reunião por videoconferência do grupo, a partir de Kiev, a assegurar ao Presidente da Ucrânia que o apoio ao seu país não cessará.

Entre promessas de apoio, pressões, apoio financeiro, militar e diplomático há um desejo em comum: que para o ano o dia posso ser assinalado sem guerra e com uma Ucrânia independente.

Inclusive, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na cimeira do G7 que o seu país conta com a ajuda das potências democráticas para proteger o povo ucraniano e derrotar a Rússia.

*Com Lusa

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