Putin continua no poder. Mas as críticas não tardaram a surgir
O presidente russo, Vladimir Putin, foi reeleito no domingo para um quinto mandato e reuniu-se hoje no Kremlin com os outros três candidatos presidenciais, a quem propôs trabalhar em conjunto para “resolver os problemas do país”.
O que se sabe desta reunião?
Putin recebeu o candidato comunista Nikolai Kharitonov, o representante do Novo Povo Vladislav Davankov e o ultranacionalista Leonid Slutsky.
"Temos objetivos comuns, é óbvio. Sei disso graças aos contactos estreitos com os vossos partidos e com vocês próprios", afirmou chefe de Estado russo.
"Precisamos de continuar ativamente o trabalho conjunto no parlamento do país, o trabalho conjunto para promover essas ideias, cuja implementação nos permitirá estar mais perto de resolver os problemas que o país enfrenta", disse ainda.
Por sua vez, os três candidatos, que obtiveram entre 3,2% e 4,31% dos votos, começaram os seus discursos com palavras de felicitações a Putin.
- "Permita-me que o felicite. Reconhecemos a sua vitória", disse Kharitonov, o primeiro dos três políticos a intervir;
- Slutsky afirmou que o resultado das eleições confirma a "grande autoridade do líder da nação", antes de partilhar alguns pontos do programa do Partido Liberal-Democrático, que dirige desde maio de 2022, após a morte do veterano líder do partido, Vladimir Zhirinovsky;
- Davankov, em quem votou parte da oposição russa, também felicitou Putin pela sua vitória "convincente". "Tem razão quando diz que temos um objetivo comum, que é a vitória na operação militar especial [na Ucrânia] e uma paz duradoura", acrescentou.
Como foram as eleições e o que se espera agora?
Putin, 71 anos, obteve a sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000 — quase 76 milhões de votos (87,3%), segundo a Comissão Eleitoral Central da Rússia —, apesar da guerra na Ucrânia e das sanções económicas do Ocidente.
Continuará a ser presidente do país durante mais seis anos, após os quais poderá voltar a candidatar-se à reeleição, uma vez que alterou as cláusulas da Constituição que o impediam de permanecer no Kremlin em 2020.
A oposição russa não pôde concorrer às eleições, já que as autoridades não registaram os seus candidatos, que apoiavam a paz na Ucrânia.
A oposição já reagiu aos resultados?
Sim. Por exemplo, o opositor russo Dmitry Gudkov denunciou a "falsificação maciça" dos resultados das eleições presidenciais na Rússia.
"O que é que aconteceu nos últimos três dias? Falsificação maciça. Eles podem anunciar qualquer número que quiserem", disse Gudkov à agência noticiosa espanhola EFE numa conversa telefónica.
Gudkov, que foi declarado “dissidente procurado” em dezembro de 2023, acusou a comissão eleitoral de "desenhar" os números, expressão usada em russo para a manipulação de resultados oficiais, sejam eles eleitorais ou estatísticos."Todos viram no domingo na Internet quantas pessoas estão contra Putin", disse,
Referindo-se aos milhares de eleitores que participaram na ação da oposição "Meio-dia contra Putin", dirigindo-se às assembleias de voto a essa hora no domingo, o opositor disse que tal demonstrou “quantas pessoas estão contra Putin".
Segundo Gudkov, nem Putin acreditou nos resultados e apenas "fingiu" a satisfação em frente às câmaras.
“Teve muito menos votos. A organização de observação eleitoral Golos foi posta de lado. E o voto eletrónico é incontrolável", assegurou Gudkov, que teve de votar em Limassol, onde está exilado, para evitar ser preso.
Há mais críticas?
Como esperado, estas eleições na Rússia estão a fazer levantar várias vozes.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou hoje que as eleições presidenciais russas, ganhas por larga margem pelo atual chefe do Kremlin, Vladimir Putin, não foram livres nem justas.
"As eleições na Rússia não foram nem justas nem livres", afirmou Stoltenberg durante uma conferência de imprensa conjunta em Tbilissi com o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, no âmbito da sua visita aos três países do Cáucaso do Sul.
Na véspera das eleições, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) afirmou que para haver eleições livres e justas seria necessário haver concorrência, listas diferentes, um debate aberto e uma imprensa livre e independente.
“Mas não há imprensa livre e independente na Rússia", frisou.
*Com Lusa
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