Ucrânia: quando os mísseis afetam a "vida normal"

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Um ataque de mísseis russos realizado hoje de manhã no centro de Sumy, no nordeste da Ucrânia, matou pelo menos 34 pessoas, incluindo duas crianças, e causou 117 feridos, segundo um balanço publicado pelos serviços de emergência ucranianos.

Sumy está localizada perto da fronteira russa e recentemente tem sido alvo de ataques repetidos, especialmente desde que Moscovo repeliu grande parte das tropas ucranianas da região russa de Kursk.

Até agora, a cidade evitou a intensidade dos combates que se desenrolaram mais a sul, na região de Donetsk. Mas Kiev tem vindo a alertar, há semanas, que Moscovo poderia lançar uma ofensiva naquele território.

Este bombardeamento é o mais mortal em meses na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022 e acontece dois dias após a visita de um enviado dos Estados Unidos à Rússia.

As autoridades locais em Sumy publicaram imagens de corpos caídos nas ruas e de pessoas a correr para se abrigar dos mísseis. Também foram divulgadas fotografias de veículos em chamas e civis feridos. A Ucrânia decretou três dias de luto.

Como reagiu Zelensky?

"Precisamos de uma resposta forte do mundo. América, Europa, todos os que querem que esta guerra e estas mortes terminem. A Rússia quer exatamente este tipo de terror e está a arrastar esta guerra", pediu nas redes sociais o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

"Os mísseis inimigos atingiram uma rua normal da cidade, uma vida normal: casas, escolas, carros na rua...E isto num dia em que as pessoas vão à igreja, Domingo de Ramos", descreveu.

Segundo Zelensky, sem pressão sobre a Rússia a paz é impossível. "As conversações nunca pararam os mísseis balísticos e as bombas. Temos de tratar a Rússia como um terrorista merece".

Quais as reações em Portugal? 

“O Governo português condena o terrível ataque russo a Sumy, que fez dezenas de vítimas. Apresenta pêsames às famílias e ao povo ucraniano. Insta a Federação Russa a abster-se de todas as hostilidades e a aceitar o cessar-fogo já aceite pela Ucrânia”, declarou o Governo de Portugal numa publicação na conta oficial do Gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, na rede social X.

Também o primeiro-ministro usou as redes sociais para se manifestar. “Os ataques russos à cidade de Sumy são intoleráveis. Toda a solidariedade para com as vítimas e com o presidente Zelensky. A Rússia continua em violação flagrante do direito internacional. Portugal está ao lado da Ucrânia e do lado do cessar-fogo proposto pelos EUA”, escreveu Luís Montenegro.

Por sua vez, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, considerou que “um ataque desta natureza, especialmente numa altura em que se tenta encontrar uma solução negocial para um cessar-fogo, deve ser condenado”.

“O ataque russo no centro da cidade de Sumy, que causou mais de 30 vítimas mortais e inúmeros feridos, é mais uma expressão da total falta de respeito do agressor russo em relação ao direito humanitário”, criticou.

E no mundo?

“O ataque das forças russas a alvos civis em Soumy ultrapassa os limites da decência. Como antigo oficial militar, sei o que são ataques direcionados e isto é inaceitável”, escreveu o enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, na rede social X, citado pela AFP.

No mesmo sentido, vários líderes e governos europeus manifestaram-se chocados com o ataque com mísseis balísticos que a Rússia lançou esta manhã.

“Toda a gente sabe que só a Rússia queria esta guerra. Hoje, é claro que é a Rússia sozinha que escolhe prossegui-la”, escreveu o Presidente Francês, Emmanuel Macron, também numa mensagem na rede social X.

Segundo Macron, “são necessárias medidas fortes para impor um cessar-fogo à Rússia”, e “a França está a trabalhar incansavelmente neste sentido, com os seus parceiros”.

Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, já se manifestou contra o ataque a Soumy, afirmando estar “chocado com os horríveis ataques”.

“Estou chocado com os horríveis ataques da Rússia contra civis em Sumy e os meus pensamentos estão com as vítimas e os seus entes queridos”, escreveu o líder trabalhista, igualmente na rede social X, citado pela AFP.

Segundo escreveu Starmer, “este último ataque assassino é uma recordação brutal do banho de sangue perpetrado por Putin”, que apelou mais uma vez à Rússia para que aceite um cessar-fogo “total e imediato”.

*Com Lusa

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