Entre Maio de 1974 e Novembro de 1975 cerca de 500.000 pessoas vieram de Angola e Moçambique (não há números exatos), numa migração forçada que envolveu muito sangue, suor e lágrimas - situação de que o país não gosta de falar, mas que ainda é lembrada por muita gente. A jornalista Alexandra Marques
O Governo são-tomense vai pedir a Portugal a reparação dos danos morais da colonização, disse à Lusa a ministra da Educação, Cultura e Ciência do arquipélago, adiantando que o assunto será discutido hoje no Conselho de Ministros.
O embaixador moçambicano junto às Nações Unidas (ONU), Pedro Comissário Afonso, elogiou hoje as declarações "corajosas" do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre reparações pela era colonial e encorajou "todos os portugueses a fazerem o mesmo".
O Presidente são-tomense afirmou que os atos de maus tratos e violência da colonização não estão resolvidos e considerou relevante que Portugal tenha abordado o assunto, a propósito dos 50 anos do 25 de Abril.
O professor de História Mundial Manuel Barcia, especializado em escravidão no Atlântico, defendeu em entrevista à Lusa que o receio de se pagarem eventuais compensações tem impedido Portugal e outros Estados de pedirem desculpa pela escravatura.
O Presidente da República defendeu hoje que Portugal deve um pedido de desculpa, mas acima de tudo deve assumir plenamente a responsabilidade pela exploração e pela escravatura no período colonial.
A diretora do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), em Lisboa, que tem à sua guarda documentação desde o século XVI até 1975, afasta qualquer possibilidade de os países onde houve domínio administrativo português virem a reclamar qualquer espólio documental deste acervo.
Bruxelas inaugura neste sábado o parque Patrice Lumumba em homenagem a um dos heróis da independência do ex-Congo belga assassinado em circunstâncias confusas em 1961, num contexto de reflexão sobre os estigmas da colonização.
Entre voltar de Salvador e votar pela última vez em Lisboa, fui ver a estátua do Padre António Vieira. Vieira é uma figura lendária e fascinante. O problema não está em lhe erguer uma estátua agora. Está na estátua erguida, no que foi dito na inauguração, em quem lhe deu aval.