Nasceu em 2013 e chegou à ala pediátrica do IPO em 2014 para ser companheiro de brincadeiras das crianças ali internadas. Nessa altura chamava-se apenas MBOT. Foram os seus companheiros de recreio que o apelidaram de ‘Gasparzinho’ por ser branco e pequeno como o fantasma "Gaspar" dos desenhos animados.

O robô que nasceu como parte de uma iniciativa integrada no programa europeu MOnarCH (Multi-Robot Cognitive Systems Operating in Hospitals), que envolve o Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico (IST) e oito parceiros portugueses e europeus, foi uma das atrações da quarta edição da Web Summit em Lisboa no stand deste pólo universitário.

créditos: MIGUEL A. LOPES/LUSA

Mas este já não é o mesmo robô, diz-nos Rute Luz, aluna de doutoramento do IST. “A nossa equipa de robótica, a SocRobot, usa agora o Gasparzinho na liga Home. Inicialmente existia apenas a liga dos robôs que jogavam futebol, foi como tudo começou antes de surgirem mais ligas. Neste momento existem campeonatos de ı, ligas industriais e a liga Home desenrola-se em ambientes domésticos”.

O robô que passou três anos a brincar e até a conversar com crianças no IPO está agora a ser trabalhado para poder estar nas casas das pessoas e poder ajudar, por exemplo, quem tem dificuldades de locomoção. Com um braço robótico, o Gasparzinho consegue agarrar objetos e manuseá-los, sendo que esta ainda é uma função em desenvolvimento.

créditos: Pedro Marques | MadreMedia

Até hoje, o Gaspar já sofreu várias alterações, com grande parte do hardware a ser alterado. “Metemos computadores novos, instalámos câmaras novas, adicionámos um microfone....”, explica Rute, que conta ao SAPO24 que a equipa voltou recentemente de uma competição em Inglaterra cujo objetivo era de estar num café a receber pedidos e a entregar cafés.

Como se comportou o Gasparzinho, perguntamos. “Safou-se mais ou menos”, ri-se Rute, que confessa que por vezes o robô não foi muito colaborativo

“É um robô reinventado. Neste caso, esta competição foi fora do contexto doméstico mas metia à prova as mesmas funcionalidades: interagir com as pessoas, receber o pedido, navegar autonomamente, fazer o pedido a outra pessoa”, conta.

O objetivo é que no futuro o Gasparzinho esteja nas casas das pessoas sendo que a ambição, para já, é que o robô consiga interagir de forma natural com os humanos.