A rede móvel foi restabelecida às 15:00 locais (10:00 em Lisboa), depois de o mesmo ter acontecido com as ligações fixas na terça-feira, disse o responsável, citado pela Agência France-Presse (AFP).
Um grupo de estudantes do Bangladesh ameaçou retomar as manifestações, após vários dias de agitação mortal, se os seus líderes que se encontram detidos não forem libertados hoje.
Os confrontos entre os manifestantes e a polícia e a repressão por parte das autoridades provocaram, pelo menos, 205 mortos no país do sul da Ásia na semana passada, segundo um balanço feito pela AFP (com base em dados da polícia e de hospitais governamentais).
A polícia prendeu milhares de manifestantes, incluindo vários líderes estudantis, após protestos contra as cotas de contratação da função pública.
Membros dos Estudantes Contra a Discriminação, a organização que iniciou os protestos, afirmaram que retomariam as manifestações na segunda-feira se os seus líderes não fossem libertados.
O líder do grupo, Nahid Islam, e outros “devem ser libertados e as acusações contra eles retiradas”, disse Abdul Hannan Masud aos jornalistas, numa conferência de imprensa online, realizada no sábado à noite.
Sem revelar de onde falava, por estar escondido das autoridades, Masud apelou à tomada de “medidas visíveis” contra os ministros do governo e os agentes da polícia responsáveis pelas mortes dos manifestantes.
“Caso contrário, os Estudantes Contra a Discriminação serão forçados a lançar duros protestos a partir de segunda-feira”, avisou.
Três líderes do grupo estudantil – Asif Mahmud, Nahid Islam e Abu Baker Majumdern – foram retirados à força, na sexta-feira, do hospital onde foram internados e levados por um grupo de policiais à paisana.
Na sexta-feira à noite, o ministro do Interior, Asaduzzaman Khan, argumentou que foram transferidos para “sua própria segurança”, mas não confirmou se foram presos.
Segundo o Prothom Alo, o maior diário do Bangladesh, pelo menos 9.000 pessoas foram presas em todo o país desde o início dos distúrbios.
Trata-se de uma das piores revoltas que o Bangladesh viveu desde que Sheikh Hasina se tornou novamente primeira-ministra em 2009 (depois de ter desempenhado estas funções de 1996 a 2001).
O protesto começou após a reintrodução, em junho, de um regime que reservava mais de metade dos empregos na função pública para certos candidatos, incluindo quase um terço para descendentes de veteranos da Guerra da Independência do Bangladesh.
Num país com cerca de 18 milhões de jovens desempregados, segundo dados oficiais, este regime despertou a ira dos licenciados.
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