"Meta explorou tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair (...) e, em última instância, prender jovens e adolescentes com o objetivo de obter lucro", afirmam os procuradores-gerais dos estados na denúncia conjunta apresentada ao tribunal e que a AFP teve acesso.
Os estados, governados tanto por democratas como por republicanos, acrescentam que o grupo californiano "ocultou a forma como as suas plataformas exploram e manipulam os consumidores mais vulneráveis" e "negligenciaram os danos consideráveis que essas plataformas causaram à saúde mental e à saúde física dos jovens do nosso país".
Contactada pela AFP, a Meta declarou-se "dececionada pelo caminho que os procuradores escolheram, em vez de trabalharem produtivamente com as empresas do setor para criar normas claras e adaptadas à idade dos inúmeros aplicativos usados por adolescentes".
"Partilhamos o compromisso dos procuradores-gerais em proporcionar aos adolescentes experiências online seguras e positivas, e já introduzimos mais de 30 ferramentas para apoiar os adolescentes e as suas famílias", destacou um porta-voz da empresa mãe do Facebook.
A ação legal é o ponto culminante de investigações iniciadas em 2021 sobre os métodos das duas plataformas, que foram considerados "viciantes" pelas autoridades.
Conectividade ilimitada
Os procuradores avançaram este ano, depois de uma ex-funcionária do Facebook ter dado o sinal de alerta sobre as práticas da antiga empresa.
A engenheira informática Frances Haugen divulgou mais de 20.000 páginas de documentos internos e denunciou em parlamentos de vários países que a rede social colocava o lucro à frente da segurança dos utilizadores.
De acordo com a denúncia apresentada nesta terça-feira, as funções do Facebook e Instagram foram desenhadas para "manipular utilizadores de forma a estarem compulsivamente ligados às suas plataformas por períodos prolongados".
Os procuradores acusam a Meta de mentir ao público, ao assegurar que os seus produtos são seguros e adequados para adolescentes, e por "publicar propaganda enganosa".
O processo também acusa a Meta de violar a Lei da Privacidade Infantil. Os estados pedem aos tribunais que obriguem a Meta a encerrar estas práticas e exigem o pagamento de multas.
"Com a ação legal de hoje, marcamos a linha que não deve ser ultrapassada", disse o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, em comunicado.
"Devemos proteger os nossos filhos e não voltaremos atrás nesta luta", sentenciou.
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