Após a morte de uma jovem detida pela polícia moral, que desencadeou uma onda de protestos no país, Teerão impôs restrições à Internet, incluindo o bloqueio ao Instagram e ao Whatsapp.
“Na sequência das restrições, ajudaremos o povo do Irão para que não fique isolado e no escuro”, prometeu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, num comunicado.
“É um passo concreto para dar suporte significativo aos iranianos que exigem respeito aos seus direitos básicos”, acrescentou.
O Irão foi sacudido por manifestações pela morte de Mahsa Amini, que faleceu depois de ser presa por usar o seu hijab (o véu islâmico), de forma “inadequada”. A mulher curda de 22 anos passou três dias em coma e não resistiu.
De acordo com os meios de comunicação estatais, 17 pessoas já morreram nesses protestos, mas ONGs apontam que esse número esteja perto dos 50 mortos.
A medida anunciada pelo governo de Joe Biden, “ampliará a gama de serviços de Internet disponíveis para os iranianos. Com essa mudanças, estamos a ajudar o povo do iraniano a estar melhor equipado para combater os esforços do governo para monitorá-los e censurá-los”, disse o subsecretário do Tesouro, Wally Adeyemo, em nota.
A modificação da licença de exportação permitirá o acesso a vários softwares, como ferramentas de antivírus, serviços de computação na nuvem e videoconferência, segundo o Tesouro.
No entanto, funcionários americanos reconheceram aos jornalistas que a decisão não tem um impacto imediato pois “não elimina todos os instrumentos de repressão nas comunicações”.
“Com o tempo, dará aos iranianos mais elementos para lidar com os esforços de repressão do governo”, afirmou um alto funcionário do Departamento de Estado em conferência de imprensa por telefone.
O bilionário Elon Musk anunciou recentemente que pediria ao Tesouro uma permissão de exportação para que a sua empresa de internet por satélite, a Starlink, ofereça serviços ao Irão, tal como sucedeu na Ucrânia.
Contudo, o Tesouro lembra que a medida foca-se em software e não hardware, mas encorajou a Starlink e outros a apresentar as suas propostas.
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