Este ‘recall’ abrange todos os modelos da linha S, X, Y e o modelo 3, equipados com ‘software’ FSD (Full Self-Driving, ou Condução Autónoma Total, em português), mas em diferentes períodos de fabrico, remontando, em alguns casos, até 2016.
O FSD, que está em fase de testes, é um ‘software’ denominado de nível 2, que trata mais de assistência à condução do que o sistema de condução autónoma, noticiou a agência France-Presse (AFP).
De acordo com o alerta emitido pela Agência Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, falhas de ‘software’, quando ativadas, podem fazer com que o veículo continue em linha reta quando entrou numa faixa de rodagem que teoricamente o obrigava a virar.
Um carro com o software FSD ativado também pode atravessar um cruzamento com sinais de ‘Stop’ sem registar uma imobilização completa ou passar por um cruzamento com o semáforo laranja sem diminuir a velocidade.
Os veículos afetados também podem “falhar em reagir suficientemente às mudanças sinalizadas nos limites de velocidade” ou não intervir quando um motorista excede a velocidade máxima permitida, de acordo com a agência norte-americana.
Para corrigir estes defeitos, a Tesla planeia proceder a uma atualização de ‘software’, a seu cargo, conforme indicou a NHTSA.
Este ‘recall’ também não exige ao proprietário do veículo devolver o carro a um posto de controlo da Tesla.
“O termo ‘recall’ para qualificar uma atualização de software é anacrónico e simplesmente errado”, destacou, através da rede social Twitter, Elon Musk, CEO da gigante de carros elétricos, em resposta ao comunicado.
Em junho de 2022, a NHTSA publicou um relatório onde indicava que teslas equipados com ‘software’ de assistência ao condutor, ativo em algum momento durante os 30 segundos anteriores, estiveram envolvidos em 273 acidentes rodoviários nos Estados Unidos.
O Departamento de Justiça dos EUA abriu uma investigação aos sistemas de assistência ao condutor da Tesla, de acordo com um documento publicado no final de janeiro pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa).
No documento, a Tesla lembrava que o FSD e o outro ‘software’, conhecido como Autopilot [Piloto Automático, em português], foram “desenvolvidos para serem utilizados por um condutor alerta, com as mãos no volante e que está pronto para retomar o controlo a qualquer momento”.
Mas, durante vários anos, Elon Musk prometeu muito mais destes veículos, apresentando em 2019 uma viatura capaz de assegurar uma condução totalmente autónoma, sem qualquer intervenção de um passageiro.
Até agora, nenhum veículo da gama está atualmente equipado com esse ‘software’.
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