Uma fonte ligada à investigação revelou ao ‘Expresso’ que está a “investigar a mensagem de hacker russo’ na sequência do ciberataque à Vodafone Portugal. Num fórum online russo, em janeiro, foi publicado um anúncio à procura de compradores para o acesso ilegal ao sistema informático de uma empresa de telecomunicações portuguesa. É esse anúncio que a judiciária está agora a averiguar, para perceber se a companhia em causa é a Vodafone Portugal — atacada duas semanas após a publicação.
As autoridades olham com particular atenção para uma combinação de palavras — “Citrix + Local Admin” — alegadamente divulgada também nesse fórum. Uma outra fonte ouvida pelo ‘Expresso’ diz que “significa que ele consegue entrar remotamente e ser administrador local, ou seja, teria muito poder para eventualmente fazer este estrago”.
Ao jornal, uma fonte diz que a investigação considera provável que “alguém tinha pago por este acesso e tenha sido esta a porta de entrada”. Se assim for, o ataque à operadora terá motivação “económica e patrimonial” e “não ideológica ou lúdica”, acrescenta a mesma fonte.
Para já, as autoridades não encontram relação entre este ataque e os vários que têm sido conhecidos este ano. Mas a investigação não descarta também a hipótese de ter havido erros humanos a permitir a entrada dos atacantes nos sistemas informáticos — ou mesmo a colaboração interna nalguns deles.
A Vodafone informou que foi alvo de um ciberataque, embora sem indícios de acesso aos dados de clientes, estando ainda repor a normalidade dos serviços.
O ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.
Além do ciberataque à Vodafone Portugal, foram também recentemente alvos de ataque informáticos os ‘sites’ do grupo de comunicação social Cofina (Record, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Jornal de Negócios) e do grupo Impresa (que detém a SIC e o Expresso), bem como a página da internet da Assembleia da República.
A Polícia Judiciária está a investigar estes ataques.
Ainda ontem, os Laboratórios do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa foram alvo também de um ataque informático.
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