Escolhida para palco da chamada "Davos para Geeks", Lisboa substituiu Dublin e venceu concorrentes de peso como Berlim, Londres e Amesterdão, acolhendo o evento entre 7 e 10 de novembro e encaixando cerca de 200 milhões de euros, entre hotéis, táxis, restaurantes.
Pela capital passaram mais 53 mil pessoas, de 166 países, incluindo 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores de topo e 2.000 jornalistas internacionais. Em apenas um dos eventos da Web Summit chegou a estar representado numa sala mais de 100 mil milhões de dólares (perto de 92 mil milhões de euros) de capital de investimento.
O SAPO24 esteve a acompanhar a cimeira de tecnologia a par e passo, com todas as reportagens reunidas no nosso Especial Web Summit. Ao longo da cimeira fomos também conhecendo as startups portuguesas que iam marcar presença no evento.
Para o próximo ano, já está prometido o aumento do número de participantes e do perímetro ao pavilhão 4 da FIL.
"Não vamos competir com o Papa, em termos de dimensão e escala de eventos, mas há espaço para crescer na [chamada] Expo até às 80 mil pessoas", afirmou em jeito de balanço no final do evento, o presidente executivo e fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave.
Na cidade o impacto foi direto. No metro, principalmente no primeiro dia da cimeira, entre as filas de centenas de pessoas que tentavam aceder às carruagens era fácil identificar os participantes da Web Summit e os eventos da Night Summit e Pub Crawls encheram com milhares de ‘geeks' as zonas do Bairro Alto, Cais do Sodré e Parque das Nações.
Até o dia histórico das eleições norte-americanas que deram a vitória ao republicano Donald Trump marcou o evento: "E quando lhes perguntarem - 'onde estavas tu quando Donald Trump foi eleito?' - vão dizer: 'Estávamos na Web Summit'", chegou a comentar Cosgrave.
Para trás ficaram 2.000 horas de encontros entre investidores e ‘startups' (empresas em início de atividade), 968 "Mentor Hours" (Horas de Mentoria) entre mentores e ‘startups' e mais de 3.000 entrevistas facilitadas com os media.
Segundo um estudo da Cision (serviços e 'software' de comunicação e marketing), a capital portuguesa começou logo desde 1 de janeiro a marcar presença na comunicação social e atingiu até 15 de novembro quase sete mil notícias internacionais só nos media 'online' em 100 países, com os EUA no topo, seguidos pela Alemanha, Espanha e França.
A percentagem de mulheres a participarem na edição de Lisboa foi mais do dobro do que no ano passado, atingindo os 42%, a maior de sempre entre as conferências tecnológicas de topo, segundo afirmou Paddy Cosgrave. Para tal, contribuiu o lançamento da iniciativa "Women in Tech", que trouxe 5.000 mulheres com bilhetes a preço especial.
No balanço, Cosgrave não poupou a elogios à rede ‘wifi' (da responsabilidade da PT Portugal) no recinto e debitou números e números exemplificativos: "Foram registados mais de 67 mil dispositivos únicos e o total do tráfego de ‘downloads' [transferência de informação] gerado foi de 20 terabytes, o equivalente a 30 anos de uso frequente da Internet ‘online' para uma pessoa".
No Facebook, as visualizações únicas sobre o evento ultrapassaram os cinco milhões, das quais as relativas ao Centre Stage (palco principal da Meo Arena) atingiram mais de 3,5 milhões de visualizações.
Colocada no mapa dos amantes da tecnologia, Lisboa viu ainda durante os quatro dias as compras e levantamentos com cartões estrangeiros na rede Multibanco a aumentarem 50%, tendo sido realizadas cerca de 230 mil operações, com uma subida do valor de 30%, superando 17 milhões de euros.
"Portugal é conhecido por fantásticas ‘startups', Farfetch, Codacy, Uniplaces e Talkdesk. Agora é conhecido pelo tempo e pelo café. 60 cêntimos por café!", disse Cosgrave, afirmando ainda que no evento foram consumidos 97 mil pastéis de nata.
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No meio de tanta tecnologia, o mais importante é contar uma boa história
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